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“Brasil está se distensionando” após eleição na Câmara, afirma Temer

Ao comentar o resultado da eleição para presidente da Câmara dos Deputados, vencida por Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente interino Michel Temer disse nesta quinta-feira (14) que o Brasil está se “distensionando”. Maia foi eleito no início da madrugada desta quinta-feira com 285 votos para comandar a Casa até fevereiro do ano que vem. Ele disputou o segundo turno contra Rogério Rosso (PSD-DF), que teve 170 votos.

“Ontem, o que assistimos nos vários discursos, porque eram muitos candidatos, era a pregação de uma harmonia interna, de uma distensão. E até interessante, no último ato quando se deu o segundo turno, os dois candidatos [Maia e Rosso], antes mesmo da eleição, se abraçaram para revelar a distensão indispensável para os bons trabalhos legislativos. Naquele momento, eu senti que o Brasil está se distensionando”, disse Temer, em  pronunciamento após solenidade no Palácio do Planalto.

Encontro

Michel Temer recebeu nesta quinta-feira (14), por meia hora, no Palácio do Planalto, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Assim como já tinha dito em seu Twitter logo após o resultado da votação, Temer parabenizou Maia e lhe desejou sucesso na gestão à frente da Câmara.

Também participaram da reunião o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).

Rodrigo Maia fala em “pacificar o plenário”

Rodrigo Maia, eleito presidente da Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira (14) para completar o mandato do biênio 2015-2016, que termina em fevereiro de 2017, agradeceu em seu primeiro discurso a todos os partidos que o apoiaram, seja desde o primeiro turno ou a partir do segundo turno. Ele citou o nome de vários líderes e deputados que apoiaram sua candidatura.

“Agradeço pela disputa limpa, na política, agradeço à minha família. É difícil falar depois desse momento, sentado nesta cadeira”, afirmou.

Rodrigo Maia ressaltou que terá a oportunidade de presidir a Câmara junto com os outros deputados. “Vamos tentar governar com simplicidade, pacificar esse Plenário. Tem pautas do governo, mas também tem demandas da sociedade.

Diálogo com partidos

Em entrevista coletiva concedida logo após a eleição, Rodrigo Maia ressaltou que sua eleição contou com apoio de parte da esquerda por causa do diálogo que manteve no sentido de resguardar os direitos da minoria.

“Sem a esquerda, eu não venceria essa eleição e, por isso, batiam tanto nos votos que a esquerda ia me dar. Todos nós juntos temos condições de construir uma agenda de consenso, onde o diálogo possa prevalecer, aprovando em conjunto medidas para o Brasil”, afirmou.

Prioridades da pauta

Quanto às prioridades da pauta, ele listou o teto de gastos públicos; a renegociação da dívida dos estados; a PEC dos Precatórios; o projeto que libera a Petrobras de participar de todas as explorações do pré-sal e a reforma da Previdência. “Sobre a Previdência, precisamos construir um modelo que não seja deficitário”, adiantou.

Sobre a necessidade de votar medidas impopulares, o novo presidente da Casa ponderou que os deputados “não estão aqui só para aumentar despesas e serem aplaudidos”. Para ele, uma pauta que seja impopular agora poderá gerar impactos positivos no futuro.

Ele defendeu ainda a volta do debate sobre o sistema eleitoral, que considerou falido.

Cassação de Cunha

Ao responder sobre o processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha, Rodrigo Maia lembrou que votou em Cunha e o apoiou em muitas iniciativas, mas não vai perseguir nem proteger o deputado.

“Tudo vai caminhar dentro das regras do Regimento, sem manobras contra nem a favor. A votação da cassação dele, para ser legítima e justa, precisa ter quórum elevado”, afirmou, referindo-se ao período pós-recesso, que será de campanha eleitoral municipal.

Fonte: Jornal do Brasil

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