Brasil 247: Crise na OAB de Alagoas desafia gestão de Ophir Cavalcante

Paulo Emílio – Brasil247

Seis minutos de gravação e uma confusão do tamanho de um bonde para o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) resolver. A denúncia vem da seccional da OAB em Alagoas. Ali, uma gravação de áudio envolve o atual presidente da OAB em Alagoas, Omar Coelho, a candidata da situação Rachel Cabus, o vice da chapa e atual tesoureiro, Paulo Brêda, Marcelo Teixeira – Procurador Geral do Estado de Alagoas, Francisco Malaquias – Procurador de Estado, Augusto Galvão – Procurador de Estado e candidato a Presidente da Caixa de assistência da OAB/AL e João Lippo – candidato a conselheiro seccional, na compra de votos dos integrantes da ordem em favor da eleição de Rachel à presidência da instituição. O caso foi comunicado à Polícia Federal e, embora não tenha sido comunicada formalmente, a OAB Nacional está acompanhando a apuração das denúncias.

O fato promete “tocar fogo” nas eleições da seccional alagoana da OAB que será realizada no próximo dia 23. Na gravação, que tem quase sete minutos de duração, os envolvidos na denúncia falam sobre a quitação dos débitos de mais de 2 mil advogados inadimplentes com a instituição. Conforme o áudio, a campanha para a eleição de Rachel Cabus teria um custo aproximado de R$ 300 mil, mas “o que vai encarecer é se a gente vai pagar ou não a anuidade”. Em outro momento é possível ouvir a conversa em torno de “um saco de dinheiro” que teria sido mostrado e que “cada voto deverá sair por R$ 5 mil” ou mais.

Ao tomar conhecimento das denúncias, o conselheiro federal e também candidato à presidência, Welton Roberto, protocolou, na manhã desta quarta-feira (14), um ofício na Polícia Federal pedindo o afastamento dos envolvidos e a intervenção do pleito. “Eu estou apenas recomendando a investigação e pedindo afastamento dos envolvidos. Quanto a suspensão do pleito, não depende de mim e sim do Conselho Federal. De qualquer modo, alguma coisa precisa ser feita, uma vez que a eleição já está sob suspeita”, disse em entrevista ao portal alagoano Cada Minuto.

O atual presidente da seccional da OAB-AL reconheceu que o diálogo teria

ocorrido, mas que o trecho em que teria ficado acertado que não haveria a prática do pagamento das anuidades em atraso em troca de votos teria sido suprimido do áudio que chegou ao conhecimento público. Ainda segundo o portal Cada Minuto, Omar teria afirmado que solicitou a presença da Controladoria da OAB ao Estado para acompanhar o processo.

Omar Coelho também se posicionou nesta manhã através de sua conta no Twitter. “A nossa gestão é transparente. Acabo de solicitar, em caráter de urgência, a vinda da Controladoria da OAB, já que não temos nada a temer. Conversar e expor as ideias não é crime e o que foi tratado, não foi levado a efeito. A gravação não é completa. Crime é por escuta, sem autorização. Aguardemos os fatos e estamos mais do que nunca, vendo até onde pode tudo pode chegar. Aguardemos”, postou no microblog. Apesar da repercussão em torno das denúncias, a candidata Rachel Cabus continua em campanha. Nesta manhã, ela participou de reuniões nas cidades interioranas de Murici e União dos Palmares

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