Bombeiro tinha plano para matar juízas no Mato Grosso, diz Procuradoria

Atualmente no Presídio Militar de Campo Grande (MS), Ales Marques foi preso em flagrante em julho do ano passado e denunciado pela Procuradoria juntamente com 17 integrantes de suposta quadrilha

Jornal de Floripa

A descoberta de um plano para matar duas juízas de Ponta Porã (425 km de Campo Grande, MS) levou o Ministério Público Federal a pedir a transferência para um presídio federal do bombeiro acusado de chefiar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas e armas.

Atualmente no Presídio Militar de Campo Grande (MS), Ales Marques foi preso em flagrante em julho do ano passado e denunciado pela Procuradoria juntamente com outros 17 integrantes de sua suposta quadrilha.

Em nota, a Procuradoria afirma que Marques ‘goza de questionáveis condições da custódia’ na unidade militar, onde ‘usa celular, circula fora do presídio e trama a morte de juízes federais’.

‘Investigações revelaram que Ales, mesmo preso, arquiteta a morte de desafetos e de juízes federais que atuam nos processos nos quais é acusado de liderar quadrilha de tráfico internacional de drogas’, diz a nota.

Os processos contra Marques tramitam na 1ª Vara Federal de Ponta Porã. A reportagem apurou que tanto a juíza titular, Lisa Taubemblatt, quanto sua substituta, Lidiane Maria Oliva Cardoso, receberam ameaças atribuídas ao bombeiro.

A nota qualifica como ‘estarrecedor’ um episódio flagrado pela Polícia Federal em 14 de janeiro, quando o bombeiro teria deixado o presídio em uma viatura da Polícia Militar para, com três policiais, cumprir ‘uma diligência’ em uma chácara em Campo Grande.

‘Ales Marques –sem algemas ou qualquer identificação da sua condição– e os policiais ingressaram no imóvel, contra a vontade do ocupante e sem mandado judicial, onde passaram a fazer buscas, sem especificar o que procuravam’, diz.

A PF filmou toda a ação e, segundo a Procuradoria, ‘colheu dados que reforçaram as suspeitas da existência de planos de Ales Marques para assassinato dos magistrados e de um esquema de corrupção envolvendo a chefia da escolta de detentos do Presídio Militar de Campo Grande.’

Além da transferência do detento para uma unidade federal, preferencialmente de outro Estado, a Procuradoria pede que a PF instaure inquérito para apurar os crimes de ameaça e coação contra as juízas e que sejam tomadas ‘providências para resguardar a integridade dos magistrados’.

Procurado pela reportagem, o advogado do bombeiro, Ricardo Trad, disse que desconhece as afirmações do Ministério Público Federal e que só irá comentar o caso após ‘conhecer as provas’.

A assessoria da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) não respondeu até o final da tarde de hoje.

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