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Bolsonaro usa mesmo truque de Cid: jogar para plateia que Brasil vive “ditadura”

O presidente da República, Jair Bolsonaro participa da cerimônia comemorativa do Dia do Exército, no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano, em Brasília

Sabemos que quem quis um golpe de Estado foi Jair Bolsonaro. E que ele não agiu sozinho, mas não conseguiu  apoio que precisava para desmantelar a estrutura democrática brasileira.

Também sabemos que Bolsonaro nunca escondeu sua defesa à ditadura militar. Nem a líderes de regimes ensopados de sangue.

Que o diga Benjamin “Bibi” Netanyahu, primeiro-ministro israelense, padrinho das tias do zap (“porque Israel é um país cristão”, lembra?).

Uma visita a Netanyahu foi usada como argumento por Bolsonaro para pedir, de volta, seu passaporte. Queria viajar a Israel, tirar fotos. O primeiro-ministro precisa de abraços de políticos brasileiros sem relevância internacional, em busca de algum prestígio.

A Procuradoria Geral da República recomendou que não fosse devolvido o passaporte. O ministro Alexandre de Moraes seguiu o entendimento.

Extremistas inflam as redes sociais, falando em ditadura, autoritarismo etc etc.

Dias atrás, Mauro Cid, em áudio “vazado” para a revista Veja, temperou a fala com todos os ingredientes escatológicos do caldeirão extremista. Chamado à Justiça, disse que foi sem querer querendo. Nas redes extremistas? Ditadura, autoritarismo.

Mauro Cid está preso mas Bolsonaro, não. Segue conspirando, incitando suas bases a destruir as instituições, sem precisar de dizer nada. Basta construir alternativas estapafúrdias, como foi o caso do pedido de volta do passaporte, receber o não como resposta e dar sua mensagem para a galera. Virou cabo eleitoral. Não da democracia, e sim do caos.

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