Bolsonaro enfrenta nova investigação sobre contas recheadas de milhões

Brasília (DF), 18/10/2023, O ex-presidente Jair Bolsonaro, fala com jornalistas, na sede da Polícia Federal em Brasília. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A investigação realizada pela Polícia Federal na conta bancária de Jair Bolsonaro, com autorização do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou informações importantes sobre transações financeiras do ex-presidente.

Parte dos cerca de R$17 milhões recebidos por Bolsonaro via Pix no ano passado já foi transferida de suas contas, chamando a atenção por ter ido parar nas contas de advogados do ex-presidente, levantando suspeitas.

Teoricamente, os advogados estariam sendo pagos pelo partido de Bolsonaro, o que não justificaria pagamentos diretos do ex-presidente. Com novas informações surgindo a cada etapa da investigação, a PF tem mais uma frente de trabalho que pode complicar a situação de Bolsonaro.

As transações dos valores arrecadados por Bolsonaro entre seus apoiadores estão sendo minuciosamente investigadas, seguindo o rastro do dinheiro.

Uma das linhas de investigação sugere que os valores poderiam ter sido transferidos a terceiros para retornar de alguma forma para integrantes da família de Bolsonaro, o que poderia configurar lavagem de dinheiro.

Um relatório do Coaf enviado à CPI do 8 de Janeiro revelou que Bolsonaro recebeu R$17,2 milhões em transferências feitas por Pix entre janeiro e julho de 2023.

Parte do dinheiro foi investido em fundos de renda fixa e posteriormente retirado da conta aberta por Bolsonaro no Banco do Brasil em junho de 2020, gerenciada pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Cid, ajudante de ordens do então presidente.

As doações em massa foram feitas após aliados divulgarem uma vaquinha online para pagar multas aplicadas a Bolsonaro pela Justiça, circulando a chave Pix do ex-presidente entre seus apoiadores. Em pouco tempo, mais de 700 mil depósitos foram realizados.

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