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Bolsonaro aumentou imposto sobre cilindros de oxigênio, 3 semanas antes da crise no Amazonas

Três semanas antes do colapso da saúde em Manaus, o Governo Jair Bolsonaro aumentou o imposto sobre cilindros de oxigênio.

O cilindro era um dos 41 produtos que tiveram o imposto de importação zerados até junho deste ano.

No início de janeiro, hospitais avisaram ao Governo do Amazonas sobre os baixos estoques de oxigênio.

O governador Wilson Lima disse que recebeu o aviso horas antes da crise no sistema. Culpou a população, as empresas e poupou Bolsonaro.

O Governo Bolsonaro – que se exime dos problemas no Amazonas – diz que o clima e a falta de tratamento precoce do povo – com a cloroquina, remédio prescrito pelo presidente – são os causadores do horror.

Anfremon Neto é médico coordenador da UTI do Hospital Getúlio Vargas, em Manaus. Ele disse que todos – veja bem, TODOS- os pacientes que ele atendeu fizeram uso precoce de medicamentos recomendados pelo Ministério da Saúde sem eficácia comprovada.

Jair Bolsonaro mente. O governador Wilson Lima mente.

Os dois são alvos de pedidos de impeachment. E estes pedidos não andam ou são engavetados pelas casas legislativas.

Mas Bolsonaro é ainda mais nocivo. A TV Brasil, em seu noticiário, dá o menor espaço possível à pandemia, aos seus personagens, ao Amazonas, ao que possa arranhar a imagem do seu líder supremo. A TV Brasil é um meio de comunicação público, a serviço do presidente.

E reclamamos da Venezuela.

O país vizinho, aliás, oferece oxigênio imediato ao Amazonas. E enquanto os venezuelanos organizam a logística para a entrega dos cilindros necessários ao povo, o maior avião de carga brasileiro não está no Brasil mas em um treino militar nos Estados Unidos, com autorização de Bolsonaro.

O presidente tem gestos calculados. Sabota as medidas preventivas contra o coronavirus, mente para incentivar o caos e agora organiza o confisco da vacina do Instituto Butantan, que é paulista, do Governo João Dória, ex-bolsonarista transformado em democrata desde criança porque quer ser presidente em 2022.

É como se fosse uma briga pelo pirulito na boca da outra criança.

Mas é a decisão sobre quando a vacina será aplicada. E quem anunciará a cura.

A Organização Mundial de Saúde alerta que a crise no Amazonas não é isolada. Amapá e Rondônia também podem colapsar. E se a situação brasileira- chamada de difícil- não for revertida, a onda que vimos nos meses de abril e maio será ainda maior este ano.

O genocídio continua no Brasil. Bolsonaro continua presidente do Brasil. E nem 200, 250, 300 mil mortos são capazes de alterar este cenário de terror.

E será assim até 2022. E muito pior, se o líder supremo for reeleito.

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