Quem os eleitores de Maceió escolheram para comandar a capital?
Rui Palmeira, o “novo”? Ou Ronaldo Lessa, o “experiente”?
O Ibope mostra que a maioria não tem nenhum interesse em qualquer um dos candidatos a prefeito ou vereador. E o desinteresse maior, para 43% dos entrevistados, está entre as pessoas que ganham até um salário mínimo- o grosso do eleitorado na capital.
Mas, não são apenas eles. 36% dos entrevistados que recebem mais de dois salários mínimos não ligam se o próximo prefeito será Lessa ou Rui. Ou se a Câmara de Vereadores terá A, B ou C.
E quem ganha entre 1 a 2 salários mínimos? 38% dos eleitores não estão interessados pela votação deste ano.
As gestões do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e do prefeito Cícero Almeida (PP) explicam a descrença do eleitor.
Na próxima terça-feira, Alagoas assistirá que a educação chegou ao fundo do poço. Alunos vão estudar em tendas, no lugar com maior número de analfabetos no Brasil. Mês passado, 15 gestantes pariam no chão da Maternidade Santa Mônica, a superlotação do Hospital Geral do Estado não assusta mais ninguém e um inquérito do Ministério Público Federal de São Paulo descobriu o que ninguém, em Alagoas, tem coragem de investigar: o pagamento de propina por executivos do Banco Panamericano a agentes do Governo alagoano.
A era do prefeito Cícero Almeida dispensa comentários: indiciado pelo desvio de R$ 300 milhões, na Assembleia Legislativa, em empréstimos ilegais; investigado por chefiar a máfia do lixo, R$ 200 milhões evaporados; mais R$ 3 milhões que sumiram dos cofres da Secretaria Municipal de Educação. Afora as declarações atrapalhadas a respeito de milhões em sobras de campanha na sua conta pessoal.
O eleitor tem o direito de não ter mais interesse em uma eleição. Mas, ele é quem vai decidir, no final, se Maceió entra no século XXI ou patina na Idade Média, chefiada por grupos- eles sim!- com outros interesses, nunca além das bordas do próprio umbigo.
