A frase da secretária nacional de segurança pública, Regina Miki, dominou o noticiário alagoano no encerramento da semana. A violência no lugar mais violento alcançou “números suíços”, redução de 16,39% em assassinatos.
A rigor, números para comemoração. Três meses antes de uma eleição, a repercussão não poderia ser melhor ao Executivo. Ao lado do governador, Miki foi às ruas perguntar as pessoas o que elas achavam do plano. Palavras estimulantes.
Deixando o lado festivo, os 30 dias primeiros dias do Plano Brasil Mais Seguro mostram que apenas pedaços de ações serão executadas. Por exemplo: todo assassinato tem uma arma por detrás. No caso de Alagoas, armas de fogo. Quantas delas apreendidas em um mês de execução do Brasil Mais Seguro? Nenhum dado apresentado.
Segundo o Governo, quem mata e morre é traficante. Morre porque uma arma foi disparada. E alguém disparou. Quantos criminosos foram presos e estão nas cadeias nestes 30 dias?
Quanto em drogas apreendidas nestes 30 dias?
Quem morre é recolhido pelo Instituto Médico Legal, no caso de Maceió, o Estácio de Lima. Em 30 dias, o IML foi transferido para duas salas de um hospital- neste caso, para a perícia em pessoas vivas. Até que o novo instituto fique pronto, ação para um ano- data do Governo.
O que os peritos criminais acham do trabalho improvisado? E os policiais civis e militares espalhados pelas ruas?
A foto da festa de sexta-feira (27) dos “avanços” do plano de segurança teve um detalhe: a falta da sociedade, convocada no mesmo Palácio República dos Palmares em maio para ouvir os detalhes do plano.
Na sexta-feira, com o plano em andamento, a sociedade é um acessório. Esteve de fora. E a festa virou exclusiva, para alguns pouco convidados.