Blog do Odilon: Ministério Público, Adriano Soares, a mesquinhez e o sonho da estrela

Escola improvisada em Ipioca: ótimo cenário para a briga entre MP e Adriano Soares

Qual será o fundo do poço da educação em Alagoas?

Alunos sendo revistados nas salas de aulas por policiais militares?

Ou escolas com toque de recolher dos traficantes?

Reformas lentas e que prejudicam os estudantes? Construtoras com contratos reajustados- regiamente bem pagas pelo poder público?

Desde 2005, a Polícia Federal- quando ainda trabalhava nas ruas- mostrou que um dos maiores gargalos, em Alagoas, chama-se Educação.

Não falta dinheiro aos gestores públicos. Mas, iniciativa. São eles- os gestores públicos- quem falham na merenda escolar, no transporte escolar, nas reformas inacabadas- algumas com salpicos nas paredes e chamadas de “pinturas”.

E, no meio deste mar de lama, o secretário de Educação, Adriano Soares, e o Ministério Público Estadual, protagonizam uma briga miúda. Mesquinha. Pessoal. Ou transpessoal.

Na plateia, quem assiste aos golpes? Os miseráveis? Os esfarrapados?

E quem vai bater o sino?

Líder em analfabetos, Alagoas não tem um plano de educação definido. Se tivesse, ele seria mostrado. Os planos de educação são promessas para eleger governadores. Foi assim nos oito anos de Ronaldo Lessa. É assim com o governador Teotonio Vilela Filho, que empurra o segundo mandato com enfado.

Não é diferente com as eleições em Maceió. Eleitor vota em quem faz promessas. Mesmo mentirosas. A periferia da capital está cada vez mais pobre.  E, na lama, olha as estrelas.

Vê na ribalta tanto o Ministério Público Estadual quanto o secretário Adriano Soares fracassarem ao tocar os destinos da Educação em Alagoas. Nem o MP nem Soares sentam na mesma mesa.

A Justiça não decide sobre as ações civis públicas movidas pelo MP, o Sinteal não negocia com Soares. Cansado de Alagoas, o governador sonha com Brasília e não interfere na confusão. O senador Benedito de Lira (PP)- dono da indicação na pasta- não se mete na quinzila paroquial.

E os diretores das escolas estão sós em suas batalhas mais reais.

Quem cuida do aluno traficante? Do repetente? Do faminto sem comida em casa, apostando na merenda escolar?

Quem os defende?

O sonho de ser estrela é para poucos em Alagoas. Cada vez mais poucos.

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