De olho em 2014- e tendo de enfrentar o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) nas eleições ao Senado- Fernando Collor de Mello (PTB) resolveu se mexer. Jornalista por formação, Collor que dar nova roupagem ao discurso de “caçador de marajás” ou ataques aos “bandidecos de merda”, frases com saldos negativos nas urnas, pelo menos em Maceió.
Primeiro, contratou o jornalista Marcelo Firmino para assumir o comando das gazetas (rádio, TV, jornal e jornal digital). Firmino é ex-secretário de comunicação do prefeito Cícero Almeida- aliado de Collor- e espécie de coordenador da campanha, à prefeitura da capital, do ex-governador Ronaldo Lessa (também aliado de Collor).
Como consultor, conversa com outro jornalista, Joaldo Cavalcante- um dos raros profissionais na área de comunicação a quem Collor escuta, respeita e corteja. E Joaldo tem méritos para isso. O acordo entre ambos ainda não está selado.
É claro, as duas contratações não estão ligadas a questões empresarias. As gazetas dominam 90% do mercado alagoano. Se há riscos de quebra deste domínio, ele existe apenas na internet- a concorrência entre sites tem abalado o Gazetaweb.
Collor quer, sim, modernizar um discurso congelado desde 1990. Há seis anos no Senado, Collor ainda é tratado como ex-presidente da República tanto pela imprensa nacional quanto a local. O Collor-senador existe em ataques de fúria.
Seu isolamento com a mídia local continua o mesmo. Suas ideias sobre o parlamentarismo não ecoam. Aventurou-se nas discussões sobre o pré-sal. Não seguiu adiante.
Afora os gastos com suas verbas de gabinete, o morde-assopra com Pedro Simon e as quinzilas com a ex-mulher Rosane, onde está Fernando Collor?
Longe de Alagoas, Collor tenta voltar às origens. Nunca é tarde para começar. Alguns começos, porém, podem vir tarde demais.
