Por Ricardo Lima
Em mais uma decisão que privilegia o sistema financeiro em detrimento da população, o Banco Central (BC) elevou a Selic para 15% ao ano, mantendo o Brasil como o segundo país s com juros reais mais altos do mundo, atrás apenas da Turquia. A medida, aprovada por unanimidade pelo Copom, ignora o desastre social que representa: crédito caríssimo, consumo em queda e empresas asfixiadas.
“O Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta”, diz o comunicado do BC, em um tom que soa como cinismo após sete aumentos seguidos. Enquanto isso, o governo Lula, que prometeu reduzir os juros, assiste passivamente à escalada monetária, sem qualquer plano consistente para domar a inflação sem estrangular a economia.
Inflação Alta, Respostas Erradas
O IPCA acumula 5,32% em 12 meses, acima da meta, mas o BC insiste no remédio amargo que só cura os sintomas para beneficiar banqueiros. Enquanto a Selic sobe, o dólar dispara, combustíveis pesam no bolso do trabalhador e o custo de vida só aumenta. O modelo de “meta contínua” virou uma desculpa para manter os juros nas alturas indefinidamente.
É um massacre contra o povo. Quem ganha com isso são os bancos, que lucram bilhões com spread abusivo, que é a diferença entre o preço de compra e o de venda de um ativo, como uma ação, título ou câmbio. O trabalhador que se vire para pagar carnês e financiamentos mais caros.
Governo Lula Entrega os Pontos
Enquanto o BC aperta a economia, o governo tenta compensar com medidas paliativas, como a taxação de LCIs e LCAs, que podem encarecer crédito para agricultura e construção civil. O ministro Haddad insiste em negar os efeitos: “Não vai afetar minimamente”, diz, mas o mercado já sinaliza pânico.
A realidade é que, sem um projeto de desenvolvimento que envolva a industrialização em setores estratégicos que gerem mais empregos e maior valor agregado, o Brasil segue refém da ciranda financeira. O BC, sob a desculpa de “autonomia”, opera como um braço do mercado, enquanto o governo Lula, que prometeu mudanças, repete os mesmos erros do passado: ajuste fiscal para poucos e aperto monetário para a maioria.
O Resultado? Quem paga a conta é o trabalhador:
Financiamentos e cartões mais caros;
Empresas travadas sem acesso a crédito;
Salários que não acompanham a inflação;
E um governo que, em vez de enfrentar os bancos, prefere sacrificar o povo.
Enquanto isso, a Selic segue como um imposto invisível, sugando o pouco poder de compra que resta aos brasileiros. O BC diz que é “técnico”, mas sua política tem dono: o mercado financeiro. E o governo? Assiste de camarote.