Estado de Minas
Em estudo publicado recentemente na revista Plos One, pesquisadores americanos concluíram que a ameaça sobre vários pássaros que vivem hoje na Mata Atlântica é maior do que se imaginava. Segundo os especialistas, aves que não constam da lista de animais em risco estão, na verdade, em uma situação muito vulnerável. Por isso, recomendam uma reclassificação das espécies.
Conduzido pelo biólogo Gareth Russel, professor do Departamento de Ciências Biológicas do Instituto de Tecnologia de New Jersey (NJIT), o trabalho levou em conta diversos fatores, da perda de hábitat à restrições impostas pela região, como a altitude.
Russel e equipe analisaram 127 aves que habitam a mata. Os animais foram divididos em dois grupos: um cuja fragmentação do hábitat foi considerada grave, e outro para o qual a perda do ambiente parece ter sido moderado. Os autores descobriram, então, que 28 das 58 espécies em hábitat severamente fragmentado não são atualmente consideradas ameaçadas, de acordo com a mais recente lista vermelha publicada pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Com esses resultados, os autores recomendam que a classificação delas seja reexaminada.
Russell também acredita que esse trabalho terá um impacto mais amplo. “As espécies mais ameaçadas são muitas vezes as mais raras e, portanto, também mais difíceis de encontrar e estudar. Nossa abordagem requer apenas conhecimento básico sobre uma espécie, mas otimiza a informação, associando-a à recente avalanche de dados sobre o meio ambiente”, destaca Russel.