Autor de Guerra dos Sexos: ascenção da classe C fez cair qualidade dos textos nas novelas

O novelista Sílvio de Abreu disse que a ascenção da classe C no Brasil fez cair a qualidade dos textos das novelas. No ar em Guerra dos Sexos, Abreu tentou explicar porque sua obra não deslancha em São Paulo.

Diz que a novela vai bem em todo o país (31% de audiência), menos na Grande São Paulo (21 pontos). “Eu não entendi por que São Paulo criou uma antipatia pela novela. Aqui ela não deslanchou como deveria. Falaram que era ruim e que a primeira versão era melhor.”

“A produção anterior abrangia uma guerra que acontecia na sociedade, da mulher querer subir. Hoje em dia a mulher já está em seu posto, então na novela atual a guerra ficou entre dois primos”, explica. “Mas a guerra entre os sexos é eterna, porque o homem e a mulher sempre terão pontos de vistas diferentes. É dai que vem o encanto da relação.”

 Sobre a classe C foi taxativo:“O nível [das novelas] piorou de um tempo pra cá. Você vê o tipo de novela que a gente fazia nos anos 80 e o tipo de novela que a gente faz hoje. Houve um rebaixamento de proposta e de linguagem de narrativa. Isso aconteceu porque o nível de educação do brasileiro só piorou”, desabafa.

“A pesquisa de público que fizemos sobre Guerra dos Sexos diz que a classe C não codifica a comédia. Tem um casal de velhos que mora no castelo, e isso é engraçado porque é absurdo. Mas não. Para a maioria, isso não existe, então não interessa. Não há imaginação. E ainda vão exigir que a novela seja uma tese aberta?”

As informações da revista Veja

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