Atraso na votação do orçamento empareda JHC, que anuncia obras sem dinheiro

Sem orçamento do ano de 2021, o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PSB), anuncia obras que, na prática, ficam paradas até que a Câmara de Vereadores aprove o plano deste ano, que vai definir as receitas e as despesas.

Projetos como o Passe Livre, obras de despoluição do riacho Salgadinho e a construção do Parque da Mulher, no bairro da Jatiúca, dependem de plano financeiro e estratégico, que hoje está na Comissão de Orçamento da Câmara mas ainda sem data para ser posto em votação no legislativo municipal.

Na próxima segunda-feira, 3 de maio, vereadores se reúnem e devem definir a data para colocar o orçamento em votação. Eles estão pressionados por decisão do juiz Antonio Emanuel Dória Ferreira, da Fazenda Municipal. O magistrado seguiu pedido do Ministério Público e determinou que os vereadores aprovem o orçamento em 30 dias, prazo que vence neste mês de maio.

Problema

O Orçamento 2020 já deveria estar em execução, mas a Câmara negocia reajuste do seu duodécimo.

Em 8 de abril, o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PSB), nomeou Thales Novais de Castro, irmão do presidente da Câmara, Galba Netto, como sub-secretário Municipal de Turismo, Lazer e Esporte.

A proposta era para acelerar a tramitação do orçamento no legislativo-mirim.

Ao mesmo tempo, o prefeito quer cortar R$ 4 milhões do orçamento da Câmara.

Deveria ser em torno de R$ 72 milhões, mas quer R$ 68 milhões.

Porém, o orçamento da Câmara é vinculado à receita do município: 4,5% do que é arrecadado pelos cofres municípios é destinado ao funcionamento do legislativo, com pagamento de salários e condições para o funcionamento do poder.

A diferença de valores existe por causa de uma decisão do conselheiro Rodrigo Cavalcante, do Tribunal de Contas de Alagoas.

Em junho do ano passado, ele entendeu que o repasse do duodécimo não pode incluir, como base de cálculo, a arrecadação da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip).

Para os vereadores, com essa nova interpretação, a Câmara teria de receber R$ 72 milhões em 2021.

Mas JHC tentou negociar uma saída política, incluindo a Cosip, ou seja, repassando R$ 68 milhões.

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