Astrônomos da USP descobrem por que região do Sol é habitável em nossa galáxia

Representação gráfica de nossa galáxia, a Via Láctea, que é organizada em braçios espirais formados por estrelas gigantes que iluminam os gases e poeiras interestelares (Foto: NASA/Adler/U. Chicago/Wesleyan/JPL-Caltech)
Representação gráfica de nossa galáxia, a Via Láctea, que é organizada em braçios espirais formados por estrelas gigantes que iluminam os gases e poeiras interestelares (Foto: NASA/Adler/U. Chicago/Wesleyan/JPL-Caltech)

ol fica exatamente entre dois braços espirais da Via Láctea e jamais os cruza enquanto orbita o centro da nossa galáxia. Por isso a região que o Sistema Solar ocupa na galáxia é favorável à vida: cruzar com a nuvem densa de gases que compõe esses braços espirais poderia ter consequências desastrosas.

A conclusão é de um estudo desenvolvido por uma equipe liderada pelo professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São paulo (IAG-USP), Jacques Lépine, que foi aceito para publicação pela revista “Astrophysical Journal”.

A Via Láctea tem o formato de um disco composto por estrelas e gás que se organizam formando braços espirais. As estrelas giram em torno do centro da galáxia, que é formado por um buraco-negro. O Sol, por exemplo, demora 200 milhões de anos para fazer uma órbita completa.

Por causa de sua localização na Via Láctea, a 26 mil anos-luz do centro da galáxia, nosso Sol gira na mesma velocidade que os braços galácticos. Como ele fica exatamente entre dois braços espirais – Sagittarius e Perseus – e gira na mesma velocidade que eles, o Sol jamais vai cruzá-los.

Mapa mostra localização do Sol (cruz azul), entre os braços espirais de Perseus e Sagittarius (Foto: Lépine et.al./Divulgação)

“Sempre se especulou sobre o que acontecia cada vez que o Sol atravessa os braços, e se pensava que isso acontecia periodicamente, por exemplo a cada 150 milhões de anos”, afirmou Lépine, em um comunicado divulgado pelo IAG.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores usaram dados de posições de estrelas jovens e cálculos das órbitas na Via Láctea.

A pesquisa também ajudou a entender a existência de um braço espiral anômalo, o “Braço Local”. Segundo os autores do estudo, esse braço é formado por muitas estrelas que ficam presas entre os braços de Sagittarius e Perseus, assim como o Sol.

Fonte: G1

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