Agência EFE
A Associação da Imprensa Estrangeira em Israel (FPA) condenou neste domingo um episódio envolvendo soldados das forças de segurança israelenses, os quais aparecem em um vídeo agredindo com pedaços de pau vários fotojornalistas palestinos. “A Associação da Imprensa Estrangeira espera uma ação imediata e pública daqueles que se consideram como a “única democracia no Oriente Médio”, após esse espancamento premeditado por parte das Forças de Defesa de Israel a profissionais da imprensa claramente identificados”, denunciou a organização em comunicado.
O incidente ocorreu na cidade cisjordaniana de Kafr Kadum, onde a cada sexta-feira a população costuma realizar uma série de protestos contra a ocupação israelense, um episódio que repórteres de diversos veículos costumam cobrir. As imagens, divulgadas no YouTube , mostram cinco fotojornalistas carregando suas câmaras e tripés, todos equipados com capacetes, coletes à prova de balas e devidamente identificados, que descem por uma rua.
Na sequência, os fotógrafos se separam para deixar dois veículos militares passar e, neste instante, vários soldados armados, usando máscaras de gás e com pedaços de pau na mão começam a agredir alguns jornalistas. Glenys Sugarman, secretária da FPA, afirmou que “vários fotojornalistas palestinos que trabalham para veículos de imprensa internacionais ficaram feridos”. Segundo Glenus, o caso mais grave foi de um fotógrafo da agência France Press, que sofreu ferimentos no braço.
A secretária da FPA ainda detalha que os soldados também tentaram quebrar as câmeras dos fotógrafos, que foram presos e, horas mais tarde, liberados. De acordo com Glenys, as imagens divulgadas são autênticas. O diretor-chefe da agência francesa em Jerusalém, Philippe Agret, confirmou que um de seus fotógrafos “estava envolvido no incidente e foi ferido na mão”. Agret ressaltou que o mesmo recebeu uma licença médica de dez dias e depois voltará a trabalhar.
A fonte da FPA disse que esse tipo de incidente não é “algo excepcional”, já que “o Exército israelense é denunciado constantemente por causa de agressões a jornalistas palestinos, especialmente quando estão cobrindo manifestações”. “Os soldados que aparecem atacando nossos colegas atuaram como um grupo de arruaceiros”, assegura a nota da FPA, que, por sua vez, qualifica o ocorrido como “um assalto criminoso”, típico de uma “ditadura”.
“Esse episódio deve ser tratado como tal pelas autoridades israelenses, isso se estas quiserem que o mundo e a imprensa internacional tratem as Forças de Defesa de Israel como o Exército profissional que eles asseguram ser”, completa a nota. Consultado pela Agência Efe, o escritório de informação do Exército israelense não apresentou sua versão sobre o fato.