Durante a semana que passou, Alagoas nos convidou a todos, a contemplar a cara da dor, as caretas da violência, tomando atitudes; vestindo branco (paz) defendedo a vida!
Contudo, meus ilustres conterrâneos, a cor a ser vestida é o vermelho do sangue escorrendo, o negro do preconceito que oprime, o verde da esperança que brota quando a mãe que enterrou o filho volta a sorrir, o azul de quem avança destemido ao encontro do desconhecido sem desistir do céu, da liberdade; o marrom de quem matém no chão as plantas dos pés, e não sucumbiu à ilusão, nem deixou de sonhar…
As cores da luta não se prendem à obediência estrutural do branco!
É aqui, nesse ponto, onde a violência nasce e se derrama em cascatas de lágrimas sobre nós,na estrutura de um sistema que organizou a dor em castas e legalizou o silêncio.
A violência estrutural não é rompida com passeatas educadas, muito menos com árvores plantadas!
A nova consciência não pode seguir à risca os manuais de etiquetas do capitalismo!
Até no supremo da boa intenção, estaremos sempre barganhando?
O que tememos?
A perseguição dos governamentais?
O nome arranhado pela tarja da subversividade?
Ou ainda estamos acreditando que luta por um mundo melhor, mais justo, solidário, é coisa de gente pior (que a gente)?
Pudéssemos contemplar mais detidamente os cenários mundiais, e veríamos que Alagoas preserva apenas o mais arcaico de tudo aquilo que Europa nos trouxe.
Os cristãos não conseguirão apagar as frases que orientam o testemunho, a assunção no corpo e na história do Cristo, em nome da transfomação. Servir a Deus e a Mamon é algo que não se conjuga.
Não dá para defender um pouco de vida, permitindo um pouco de morte. Ou viver e renovar a consciência e as atitudes, ou morrer moralmente, politicamente, aceitando os horrores da violência estrutural e pontual do nosso tempo.
Hoje, me visto de arco-íris!