O presidente da Câmara surpreende o meio político alagoano, pelo jogo pesado nos bastidores. Ele quer ser o deputado federal mais votado de Alagoas, eleger o pŕoximo governador e ter um senador para chamar de seu.
Fernando Collor entendeu o recado: ele não é o escolhido por Lira. Tanto que o senador apega sua imagem a do presidente Jair Bolsonaro e sabe escolher as suas próprias condições.
Mas voltando a Arthur Lira: ele prometeu o Senado, primeiro, ao deputado estadual Davi Davino Filho, terceiro colocado na disputa à Prefeitura de Maceió. Depois, procurou o vice-prefeito Ronaldo Lessa (PDT) e garantiu ser ele o escolhido para a vaga em Brasília. E investe em Gilberto Kassab, o dono do PSD, para que o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD) desista de disputar o Governo e vá para o Senado, com o apoio… de Lira.
No blog de Wadson Régis, Rui fez declarações pesadas a Arthur Lira:
“Não tenho culpa se ele escolheu o candidato errado. Arthur controla dezenas de prefeitos, controla uma penca de partidos e controla bilhões do orçamento secreto. Mas garanto que ele não controla as minhas vontades, não me submeto ao senhor Arthur Lira. Sou candidato a governador, quer ele queira ou não“.
“Se ele tomou o UB do Marcelo Victor e do Nonô, isso não acontecerá no PSD. “Tenho uma relação pessoal e política com o Kassab e a única coisa que me deixa chateado é esse modus repugnante. Se o Arthur está desesperado porque escolheu o candidato errado que cuide da sua eleição, mas de maneira correta, sem manobras”.
Lira apoia o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) ao Governo. E dá para perceber que o confronto Rodrigo Cunha e Paulo Dantas, apoiado pelos Calheiros, interessa mais ao presidente da Câmara que Cunha e Rui Palmeira.
O prefeito de Maceió JHC (PSB), que vota em Rodrigo Cunha, captou os sinais e ataca Rui Palmeira com mais ênfase. O ex-prefeito não responde mas é uma sombra que ronda a gestão do atual prefeito.
É grande a pressão: Lira tem o desafio de diminuir a resistência do eleitor nordestino a Bolsonaro. Prometeu nesta terça reajuste no valor do Auxílio Brasil, programa social que acaba no final do ano mas o teste do desespero para a população sem emprego e acossada pela inflação pode reverter em votos para o presidente da República.
O que os bastidores reservam para as próximas horas?
