É a definição de Sâmia Bonfim, do PSOL de São Paulo, ao analisar, para a Carta Capital, a criação do superbloco lirista mostrando quem, de fato, manda na Câmara.
“Esse superbloco consolida ainda mais o poder do Arthur Lira”, declarou. “Aumenta a lógica da chantagem sobre o governo federal. É a lógica do fisiologismo se sobrepondo a ideias e a projetos de transformação real para o povo.”
Convenhamos: foi uma saída à altura após a articulação Calheiros/Bulhões e o fim do orçamento secreto, decretado pelo STF.
Mas em se tratando de Arthur Lira, isso ainda é pouco.
A relatoria do Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, seria de Guilherme Boulos, referência dos movimentos sem-teto.
Mas, segundo Sâmia Bomfim, Arthur Lira atuou fortemente para o deputado federal ser substituído por outro nome, do União Brasil.
O UB tem 59 deputados federais. É o partido do ministro Juscelino dos Cavalos, um personagem raquítico no cenário político nacional mas peça utilíssima para sua legenda: afinal, é ela quem manda e desmanda no Ministério das Comunicações. E Juscelino, adestrado como é, obedece.
O União está dividido quanto a ser governo ou oposição.
Seu vice-líder é Alfredo Gaspar de Mendonça cujas críticas a Lula deverão ser controladas nos próximos dias. Ou o caldeirão do Congresso vai azedar.
É grande a expectativa dos próximos dias. E maior ainda será o poder de Arthur Lira.