Terceira na linha de sucessão presidencial, a cadeira de presidente da Câmara dos Deputados tem na disputa dois alagoanos: Arthur Lira e João Henrique Caldas.
Lira é líder de 152 parlamentares do baixo clero. É filho do senador Benedito de Lira, derrotado nas eleições este ano.
Derrota significa desprestígio no poder. Biu de Lira indicou o vice na Prefeitura de Maceió, mas perdeu a cadeira ao Senado.
Isso mexe na composição de forças da Prefeitura e deixa o partido mais afastado da sucessão municipal.
Arthur foi o 15º deputado federal mais votado em Maceió.
João Henrique Caldas ao contrário foi o mais votado na capital alagoana. Fechou acordo com quatro outros candidatos a Presidente da Câmara. Significa que vai ganhando espaço políticoe cada vez mais próximo do apoio da família Bolsonaro.
Lembrando que até agora Rodrigo Maia ainda permanece como franco favorito na disputa. Mas não significa vitória por antecipação.
João Henrique Caldas ainda não conseguiu construir uma terceira via nas eleições alagoanas, apesar de ser bicampeão dos votos na capital.
Sem uma terceira força que possa quebrar a bipolaridade entre o azul e o encarnado da sucessão municipal e estadual, JHC pode até ser um nome viável para 2020 em Maceió, mas seguirá isolado, apesar do quadro aparentemente lhe favorecer: Rui Palmeira comanda uma gestão enfraquecida e pode atrapalhar mais que ajudar ao indicar seu sucessor. Que pode ser Arthur Lira ou Biu.
Renan Filho por sua vez deve escolher Maurício Quintella, segundo mais votado na disputa ao Senado em Maceió.
Como se ver, a disputa pelo comando da Câmara dos Deputados não é fator isolado nem independente das eleições daqui a dois anos.
Arthur ou JHC podem agregar capital político para o futuro. E principalmente: atrair os Bolsonaro para os seus círculos de interesse.
O futuro também significa mais poder, mais prestígio, grupo maior. Negociação em cargos do executivo nas prefeituras alagoanas.
Sobrevivência, em resumo.
