Os R$ 5 bilhões que abarrotam os cofres públicos de Alagoas, na era Renan Filho, desagradam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).
Ele quer, também, controlar uma parte (ou tudo?) destas cifras que circulam, de maneira quase absoluta, na gestão do governador alagoano.
Ele tentou- e ainda não desistiu- que os R$ 2 bilhões da outorga da BRK Ambiental pudessem chegar nas mãos dos prefeitos.
A causa ainda não está perdida, tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). E como o Direito envolve também o lado de quem manda mais, Lira sabe que os dados ainda rolam em Brasília.
Enquanto isso, concentra forças e bastante energia nas discussões do ICMS sobre o combustível.
“Descobriu” que não é o imposto o responsável pela alta do combustível. Mas a valorização do dólar e o preço do barril de petróleo, guiados pelo mercado internacional.
Essa “descoberta” é importante porque quanto maior o reajuste da gasolina, do diesel etc. os estados vão arrecadar mais.
Em Alagoas, a alíquota de ICMS da gasolina é de 29%; do etanol, 25% e; diesel 18%, isso desde o ano de 2015.
Como é a flutuação do dólar e do barril do petróleo definem o preço do combustível- e não o ICMS, como quer fazer crer Jair Bolsonaro- Arthur Lira quer unificar o ICMS em todo o país.
Mas, para quê? Também para Alagoas arrecadar menos dinheiro, o que significa menos poder dos governadores. E é o vil metal é quem influencia os votos da classe política (prefeitos, deputados estaduais etc).
Perceba que este caminho pouco altera o reajuste dos combustíveis na bomba. Os valores vão continuar subindo. Arthur Lira e Bolsonaro sabem disso.
Mas os dois buscam a reeleição. Bolsonaro não tem o apoio dos governadores, Lula leva vantagem neste item, principalmente quando olhamos para o Nordeste.
E Lira vai para a reeleição em Alagoas enfrentando a máquina estatal, controlada pelo governador Renan Filho.
Quanto menos dinheiro estiver sob o controle dos Calheiros, melhor.