Arnon de Mello Neto, sobre 2012: 'Rui Palmeira tem tudo para fazer um bom Governo'

A violência sempre foi motivo de preocupação em Alagoas

Aos 16 anos, Arnon de Mello Neto, viu o pai- o presidente Fernando Collor de Mello- estampar as páginas dos livros de história no último adeus ao poder. Era 1992.

Dez anos depois, aos 26 anos, disputou uma vaga a deputado federal. Teve- como faz questão de dizer – 51.039 mil votos. Perdeu por não ter atingido o coeficiente eleitoral. Collor, na disputa ao Governo, perdeu para Ronaldo Lessa.

Em 2012, completa 36 anos. As perdas viraram passado. Casou em 2007, morava em Miami- agora no Brasil desde 2010- o título eleitoral não está em Alagoas, e – dono de uma agência- fez campanha para José Serra à presidência, na internet, há dois anos.

Economista, Arnon voltou a Alagoas no carnaval. E, ao falar de política, sacudiu o Palácio República dos Palmares e o QG de Collor- a Organização Arnon de Mello- ao defender o trabalho do secretário de Defesa Social, coronel Dário César- que trabalhou com o pai no Planalto.

Após fotografar as praias e procurar descobrir quem será o quê em 2012, na política local, conversou com o Repórter Alagoas:

O atraso do Brasil está relacionado a uma serie de questões. Na minha opinião os tres fatores mais relevantes para esse atraso são: 1. Baixo investimento no ensino fundamental 2. Desperdício do dinheiro público 3. Corrupção.

 

Mesmo com o título eleitoral fora de Alagoas, por que- se estivesse aqui- votaria em Rui Palmeira?

Rui e eu nos candidatamos pela primeira vez em 2002, ele a deputado estadual e eu a federal. Perdemos os dois. Não fizemos campanha juntos, mas dividimos o palanque algumas vezes. Ele sempre me pareceu um rapaz inteligente, integro e “do bem”. Em pouco tempo foi eleito deputado estadual e federal. Fez um ótimo trabalho como deputado estadual, lutando contra a corrupção e crimes de mando (infelizmente tão comuns em nosso estado). Ele é sem duvida alguma o quadro mais qualificado da minha geração. Tem tudo para fazer um bom governo. Terá que tomar cuidado para não cair na vala comum do “sempre foi assim”. Tem que entrar para quebrar os paradigmas.

Há exatos dez anos o senhor disputou uma eleição em Alagoas. Teve pouco mais de 50 mil votos. Depois, desistiu de concorrer. Por que?

Tive exatos 51.039 mil votos. Tenho muito orgulho disso. Sou muito grato a cada um deles. Essas pessoas votaram em mim sabendo que eu não seria eleito pois fui candidato sozinho, não me permitiram uma coligação.

Após as eleições de 2002 decidi voltar a estudar. Fui fazer um mestrado em políticas públicas em Harvard e um MBA em MIT. Depois disso acabei ficando mais algum tempo trabalhando nos EUA. Voltei para o Brasil em 2010 e participei ativamente da campanha eleitoral em nível nacional, mas não fui candidato. A vida pública não se resume a cargos eletivos.

Ele [Rui Palmeira] é sem duvida alguma o quadro mais qualificado da minha geração. Tem tudo para fazer um bom governo. Terá que tomar cuidado para não cair na vala comum do “sempre foi assim”. Tem que entrar para quebrar os paradigmas.

Há dez anos, o avanço da violência em Alagoas não preocupava tanto como agora, pelo menos as autoridades locais e nacionais. Qual a diferença do passado e do presente?

A violência sempre foi motivo de preocupação em Alagoas. Há dez anos atrás o maior problema parecia ser o crime de mando associado a impunidade. Acredito que hoje os maiores problemas estejam relacionados as drogas (principalmente o crack) e à falta de perspectiva de futuro para os jovens. Esse é um problema complexo e não existem soluções faceis e imediatas. O estado precisa investir pesado em educação. Essa é a maneira mais eficaz de reduzirmos a criminalidade, mas os resultados não serão imediatos.

Qual a sua visão das eras Lula/Dilma Rousseff?

Lula deu continuidade a politica economica do governo Fernando Henrique Cardoso e aumentou a abrangencia das politicas sociais. Torço para que a presidente Dilma possa desempenhar bem sua função. Ainda esta cedo para avaliá-la.

Em 89, Collor dizia que o atraso do Brasil era o PT Vinte e três anos depois, o PT absolveu Collor, reconhece méritos do Governo dele e diz que os tucanos são o atraso do Brasil. O sr.- economista- identifica que o atraso brasileiro está exatamente onde?

O atraso do Brasil está relacionado a uma serie de questões. Na minha opinião os tres fatores mais relevantes para esse atraso são: 1. Baixo investimento no ensino fundamental 2. Desperdício do dinheiro público 3. Corrupção.

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