Repórter Nordeste

Arnon de Mello comanda escritório da NBA no Brasil

Em seu plano de internacionalização e fortalecimento da marca no Brasil, a NBA escolheu um profissional do ramo financeiro sem qualquer ligação anterior com o basquete para comandar os rumos da liga no país.

Economista, Arnon de Mello Neto foi indicado por Philippe Moggio, vice-presidente da NBA na América Latina, para ser o diretor geral da liga americana no Brasil. Desde setembro do ano passado, ele comanda o escritório da entidade na cidade do Rio de Janeiro.

Arnon, de 36 anos, é filho do primeiro casamento do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello. Sua experiência na área esportiva até então se restringia ao cargo de diretor de futebol do CSA (AL), entre 1999 e 2001. Ele também foi um dos responsáveis pela fundação da Liga do Nordeste, entidade responsável pelo controle da Copa do Nordeste de Futebol.

Sua experiência na área econômica envolveu diversos trabalhos em bancos no Brasil e nos Estados Unidos, onde morou por quase dez anos. Em 2002, tentou ingressar na vida política mas não teve sucesso. Foi candidato a deputado federal por Alagoas e obteve 51.039 votos. Perdeu a eleição pois não atingiu o coeficiente eleitoral necessário.

No currículo, possui mestrado em políticas públicas pela conceituada Universidade de Harvard (EUA) e um MBA em MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Apesar de ter feitos poucos trabalhos na área esportiva, Arnon confia no seu potencial para aumentar ainda mais a popularidade da NBA no Brasil e ajudar no desenvolvimento do basquete.

– Sou da área financeira, mas isso não é incomum no esporte. A NBA conta com vários dirigentes que passaram por bancos. Apesar de nunca ter trabalhado com basquete, sempre acompanhava jogos da liga. Tenho um pezinho no esporte – afirmou Arnon ao L!

Questionado sobre o parentesco com o pai famoso, disse apenas que não usa o sobrenome Collor, pois ele pertencia à sua avó. Arnon herdou o nome de seu avô.

Confira a seguir um bate-papo exclusivo com Arnon de Mello

Como está o trabalho agora que a NBA anunciou a realização do jogo de pré-temporada entre Chicago Bulls e Washington Wizards no dia 12 de outubro no Rio de Janeiro?Está sendo muito agitado. Era um desafio trazer este jogo de pré-temporada ao Brasil e viabilizá-lo. Convencer os parceiros não foi uma tarefa tão complicada, mas há muitos detalhes a serem observados. A América do Sul nunca teve um evento deste porte. A responsabilidade é grande para replicar o espetáculo que é lá fora. O nosso grande desafio é levar a experiência completa ao fã, como se ele estivesse nos Estados Unidos.

A realização do jogo no dia 12 de outubro, um feriado nacional facilitará a transmissão do jogo em TV aberta? Vocês já iniciaram estas negociações?O objetivo é estar o mais perto que pudermos dos fãs. A escolha da data não passa claramente por acordo com a TV, mas sim pelo planejamento dos times e o acordo com nossos parceiros.NR: Os parceiros e preços dos ingressos são mantidos em sigilo pela NBA.

Qual a necessidade da NBA de ter um escritório no Brasil?A presença física é importante para estarmos em cima dos acontecimentos, mostrarmos o quão importante é o mercado brasileiro. Precisamos dar maior visibilidade aos jogos, aumentar a distribuição de conteúdo. A parceria com a Netshoes para a criação da loja oficial foi um passo importante. Queremos aumentar a oferta de produtos. A marca NBA não perdeu valor no Brasil. Ela continua forte no inconsciente das pessoas. Temos de saber trabalhá-la da maneira adequada.

Existem projetos traçados a curto, médio e longo prazos?É um projeto mesmo a longo prazo, sem metas específicas. O importante é termos a experiência local, trazermos as marcas, os times para cá, ter um trabalho forte de base. A Olimpíada de 2016 será um momento muito importante para o Brasil. No basquete, a maioria dos jogadores disputam a NBA, temos um papel importante.

E como será o trabalho para ajudar no desenvolvimento do basquete como um todo dentro do país?O desafio número 1 é levar o basquete à posição do passado. Vamos trabalhar em parceria com a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) e a LNB (Liga Nacional de Basquete), apesar de não haver um contrato assinado. Queremos que o basquete tenha visibilidade. O NBA Cares, nosso projeto social, também terá importância para levar o basquete a comunidades carentes.

Vocês pretendem utilizar Nenê, Varejão, Leandrinho e Tiago Splitter em projetos de marketing?Este é um ponto fundamental. O esporte não cresce sem ídolos. Temos sorte de ter jogadores de destaque na NBA. Queremos trazê-los mais próximos do público brasileiro. O Nenê, por exemplo, é mais conhecido nos Estados Unidos do que no Brasil. Faremos eventos de basquete 3×3 aqui durante as férias da NBA e traremos estes jogadores. Todos se mostraram muito disposto a contribuir neste projeto.

No futuro teremos mais jogos de pré-temporada e até de temporada regular sendo disputados aqui?Não queremos levar a experiência da NBA apenas com jogos oficiais. Contamos com outras plataformas, como o 3×3. Seria ótimo se conseguíssemos ter mais arenas pelo país para trazermos mais jogos no futuro e não ficarmos apenas no Rio de Janeiro. Mas, infelizmente, hoje apenas a Arena HSBC e o Maracanãzinho têm condições de receber jogos da NBA no Brasil.

Os estádios que estão sendo construídos para a Copa do Mundo de 2014 poderão receber jogos da NBA, como foi feito no Jogo das Estrelas de 2010 , quando a partida ocorreu no Cowboys Stadium (estádio de futebol americano)?Foi feito em Dallas e foi uma coisa pontual. Um ou outro estádio da Copa poderia ser transformado para receber jogos da NBA. Vi o projeto da Arena do Palmeiras, que possibilitaria isso, mas é uma coisa a ser estudada. O importante é termos arenas multiusos, que não se transformem em elefantes brancos.

Você disse que nunca foi do meio do basquete, mas quais são seus grandes ídolos na modalidade?Eu acompanhei muuito o Michael Jordan. Também gostava muito de caras que jogavam contra o Jordan. Acho que quem mais admiro é o Pat Ewing (ex-pivô do New York Knicks).

As informações são do Lancenet

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