No estado mais violento do Brasil, um “exército” de 329 PMs está espalhado por oito assessorias militares enquanto 98% dos batalhões espalhados pelo Estado têm efetivo muito menor à disposição dos pobres mortais. Os números são do Conselho Estadual de Segurança e se referem a março. O ofício (datado de 18 de março) é assinado pelo comandante da PM, coronel Dimas Cavalcante.
Somente dois lugares em Alagoas têm mais PMs que as assessorias militares: Maceió e Arapiraca. O 2º BPM (União dos Palmares) tem 207 militares. E o 9º BPM (Delmiro Gouveia)? 179.
Enquanto isso, lideram em militares a assessoria do governador – 88 PMs- e a Assembleia Legislativa- 82. O gabinete do vice-governador tem, exclusivos, 22 militares.
O que diz o comandante Geral da PM? Os militares lotados nas assessorias “fazem falta às atividades da Corporação no combate à criminalidade, nos 102 municípios”.
E o que dizem os poderes?
O Tribunal de Contas aceitou ceder um PM (tem 38) para ajudar na segurança alagoana. E a Assembleia? Topou ceder 10 dos atuais 82. O Tribunal de Justiça não abre mão de nenhum dos seus 39 militares. Nem o Ministério Público Estadual (quer manter os 30 militares em seus quadros). E a Procuradoria Geral do Estado? Tem 23 e não cede ninguém.
E o gabinete do governador? Quer mais 118 PMs (subiria dos atuais 88 para 206). A assessoria do vice foi mais modesta: dois PMs a mais (22 para 24).
Até a Prefeitura quer mais militares nos gabinetes: dos atuais sete para 16. Nove a mais.