Um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Arqueologia Preventiva (INRAP) da França realizou uma descoberta notável em uma necrópole em Reims, nordeste da França: um sarcófago de pedra datado do século II, completamente intacto. Feito de calcário, o sarcófago possui 3,3 metros de altura, 5,4 metros de comprimento e 2,6 metros de largura. Sua tampa, fixada com cavilhas de ferro e selada com chumbo, foi utilizada para preservar o conteúdo, que contém diversos itens.
Essa descoberta é extremamente significativa, pois raramente sarcófagos do período romano são encontrados em tão bom estado de conservação. O fato de o sarcófago estar selado também acrescenta um valor especial à descoberta, uma vez que isso permitirá aos pesquisadores estudar os itens encontrados em seu interior sem qualquer interferência externa ao longo dos séculos.
A presença de um espelho e recipientes de vidro indicam que a mulher possivelmente pertencia a uma classe social mais alta. Os óleos perfumados encontrados nos recipientes podem fornecer informações valiosas sobre os gostos e práticas de higiene dos antigos habitantes da região.
Além disso, a descoberta do sarcófago e dos objetos contidos dentro dele pode ajudar os pesquisadores a entender melhor a cultura e os costumes funerários daquela época. A análise do esqueleto também pode fornecer informações sobre a saúde e o estilo de vida da mulher, bem como possíveis causas de sua morte.
Essa descoberta amplia nosso conhecimento sobre o período romano na região de Reims e contribui para o estudo da arqueologia e história da França. Espera-se que a pesquisa com o sarcófago e seus conteúdos continue, revelando ainda mais informações valiosas sobre a vida e a morte dos antigos habitantes do local.
Agnès Balmelle, vice-diretora científica e técnica do INRAP Grand Est, declarou que essa descoberta é excepcional, sendo a primeira vez que uma tumba intacta e não saqueada é encontrada. Ele destacou que a tumba estava selada por oito grampos de ferro e que sua equipe teve a oportunidade de explorá-la em primeira mão.
A disposição da mulher e dos itens encontrados no sarcófago pode fornecer informações importantes sobre os costumes da época. Por exemplo, foram encontradas quatro lâmpadas a óleo perto das pernas e ombros, possivelmente tendo significado ritualístico.
A equipe responsável pela descoberta pretende analisar as amostras de sedimentos dos ossos e do fundo do sarcófago para identificar possíveis vestígios de restos vegetais, o que ajudará a compreender as técnicas de preservação do corpo utilizadas na época.
Além da tumba intacta, os arqueólogos também encontraram mais 20 conjuntos de restos mortais que foram enterrados ou cremados há séculos. Com isso, o time terá mais material genético para análise e planeja cruzar os dados da mulher do sarcófago com os demais, em busca de possíveis relações entre eles.
Ao avaliar essas informações adicionais, os pesquisadores poderão concluir se a mulher da tumba fazia parte da elite local ou se era proveniente de outra região.
