G1
Aluno do nono semestre de direito do Instituto de Educação Superior de Brasília, Jader Machado afirma ter sido expulso depois de criticar a forma como uma professora lidava com os estudantes. O homem, de 34 anos, escreveu na web que ela diminuía os colegas e os tratava com grosseria. Por e-mail, a faculdade afirmou ao G1 que ele violou princípios éticos que regem as relações acadêmicas ao ofender a profissional, chamando-a de “grossa” e “ignorante” e alguém que distribui “patadas”.
Machado conta que os problemas começaram depois de ele fundar o Diretório Central dos Estudantes (DCE), mesmo sem ter autorização expressa da reitoria. Ele afirma que a instituição agiu de forma arbitrária ao desliágá-lo e que não o concedeu o direito de defesa. O incidente aconteceu a uma semana da semana de provas.
“Eles esperaram o aditamento do contrato do Fies e aguardaram até que todas as janelas de transferência [para outra instituição] se fechassem. Eles agiram da forma mais cruel possível. Não só cruel, mas desumana”, afirma.
O homem diz que registrou uma ocorrência na 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), região administrativa onde mora. A corporação afirmou ao G1 não ter localizado o boletim. O estudante também falou que já recorreu na decisão no âmbito institucional para reverter a expulsão e que está tomando providências para acionar a Justiça para pedir reparação por danos morais.
Em nota, o Iesb informou que já havia advertido o aluno anteriormente pelo comportamento e que o parecer que recomendou o desligamento foi homologado pela instância competente. Ainda segundo o texto, Machado teria ofendido outros profissionais com afirmações de que os “professores [são] frustrados profissionalmente” e “sem nenhum comprometimento com a qualidade do ensino ou com os alunos”.
“Diante das inverdades proferidas e propagadas pelo aluno, a instituição está analisando as providências legais possíveis e cabíveis ao caso em tela, em todos os âmbitos judiciais (civil e criminal) tendo inclusive, submetido o fato ao conhecimento das autoridades policiais, a fim de que apurem a conduta do discente”, completa a nota.
O aluno deu início a um abaixo-assinado online, que já conta com 379 assinaturas, para pressionar a direção do Iesb a reverter a expulsão. Ele também publicou texto em redes sociais e recebeu mais de 1,3 mil curtidas.
“A reitora do Iesb me ameaçou de expulsão caso eu não deixasse de participar de DCE e/ou política, tanto que no momento que me deu ciência da expulsão a mesma disse que estava ali para cumprir a palavra que havia me dado outrora”, declarou na postagem.