O prefeito Cícero Almeida acusou o senador Benedito de Lira (PP) e o ex-deputado federal João Caldas (PSDB) de articularem a perda do mandato dele, na Prefeitura, por migrar do PP para o PEN. Segundo ele, a reunião para discutir o assunto aconteceu na segunda-feira, em Brasília, com a presença de Lira e Caldas e lideranças da nova legenda. Almeida citou como uma das testemunhas do encontro o senador Fernando Collor (PTB).
“O senador Collor me defendeu. O João Caldas fica dizendo a todo mundo que o PSC e o PEN pertencem a ele”, disse Almeida.
As declarações do prefeito foram dadas no estacionamento de Jaraguá, no lançamento da candidatura do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) à Prefeitura de Maceió.
Almeida disse ter uma entregue uma carta, “de muitas páginas”, conforme descreveu, em que relata a situação vivida por ele, no PP. A carta foi entregue a Benedito de Lira. “Se for necessário, eu divulgo o conteúdo”, afirmou. Contou que há seis meses tenta uma saída amigável do PP, citou ter conversado com o deputado federal Arthur Lira (PP)- filho de Biu-, o deputado federal João Lyra (PSD) e comunicadores para que ele fosse liberado do PP. Não funcionou.
“Há seis meses fiz a solicitação, com várias interlocutores”.
Falou que apoiou o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB)- candidato de Benedito em 2010 ao Governo- de “graça”.
“Hoje não tenho deles o apoio que eu esperava”, disse.
“Deles”, segundo o prefeito, são Benedito de Lira e o vice-governador José Thomáz Nonô (DEM).
“Indiquei o vice, que não tenho conversa com ele”, afirmou.
Os detalhes
Segundo Almeida, o pedido de migração do PP para o PEN segue os mesmos moldes da saída dos deputados do PMN a outros partidos. Mesmo com a saída em massa, eles não perderam os mandatos.
Mas, a certa altura da conversa, citou novamente Benedito de Lira e João Caldas.
“O senador Benedito e o João Caldas se articulam para que eu perca o mandato. O João Caldas disse que tem o PSC e o PEN. Minha filiação ao PEN aconteceu em Brasília, sou ligado a Executiva Nacional”, afirmou.
A reunião entre as duas lideranças aconteceu na segunda-feira, em Brasília. Com várias pessoas, entre elas, Fernando Collor, favorável ao prefeito.
“Eu não voto no candidato dele. O tempo da escravidão acabou. Se eu quisesse romper, eu teria tirado todo mundo. Temos cinco vereadores e o secretário de Habitação é indicado pelo senador. Ele tem gerência sobre R$ 300 milhões, que não mexemos. Passei momentos difíceis na campanha, acabei com um carro meu. Não quero guerra com ninguém”, disse Almeida- sem descartar mudanças na Secretaria Municipal de Habitação, sem Benedito de Lira insistir na saída de Almeida da Prefeitura.
O “candidato dele” é o deputado federal Rui Palmeira (PSDB), cujo vice é Marcelo Palmeira (PP).
