Que prato podre é o ódio!
Não importa se esteja sendo servido no lado direito ou esquerdo, sua motivação desdenha a razão, a ética e nos faz justificar erros grotescos, remodelando ao bel prazer as narrativas que brigam por maior espaço na mídia.
O elemento de maior indignação não foi enquadrar uma pessoa por crime de injúria por ter despejado um infeliz pejorativo contra o trevoso presidente do Brasil?
Por que então falamos menos disso do que de uma representação feminina usada para diminuir o valor de alguém do sexo masculino?
Para mim há misoginia e homofobia na narrativa trazida pela frase “noivinha do Aristides”.
Se para você de esquerda que repete o mantra da hora este posicionamento é “mimimi” de esquerdista, qual é o seu papel nesse território?
Não acato silenciamento vindo de nenhuma direção quando acredito que a reflexão precisa ser feita.
Ter sido ou não “noivinha” de outro homem por certo não é o defeito de Bolsonaro, que os possui aos borbotões.
Também não vale análise psíquica sobre o enrustimento do presidente sem virtudes, pois este debate precisa ser sério e situado no devido contexto.
Bolsonaro não vale uma letra dessa análise, mas a ética de quem defende uma política relacional sem misoginia e homofobia vale um instante de reflexão e análise sobre os descaminhos do ódio que contamina o Brasil.