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Alain Delon, 77: ‘Fui tão feliz como não se pode ser toda a vida’

O ator francês Alain Delon, de 77 anos, confessou que perdeu “a paixão” pelo mundo que o rodeia e que passa a maior parte de seu tempo “à toa”, rodeado por seus animais, enquanto tenta desfrutar ao máximo os filhos e netos para “não morrer sozinho”.

“Fui tão feliz como não se pode ser toda a vida. E quero compartilhar o máximo que puder com meus filhos. Não quero morrer sozinho”, disse em entrevista à revista Paris Match o ator deRocco e seus Irmãos (1960) e O Leopardo (1963), ambos dirigidos por Luchino Visconti. O célebre galã francês reconhece que é um homem nostálgico e diz que não teme a morte porque é a única certeza de uma existência que agora gira em torno da família. “O mundo atual não me agrada mais. Nada me anima realmente e eu costumava ser uma pessoa apaixonada. O que me falta é vontade, paixão. Mas vou despertar, talvez.”

Uma versão restaurada de O Sol por Testemunha (1960), longa estrelado por Delon e dirigido pelo falecido René Clément, será projetada no próximo dia 25 no Festival de Cannes, mostra com a qual Alain Delon mantém uma relação de amor e ódio. A exibição do filme será , para o ator, um “flashback doloroso” por causa das pessoas que amava e que “já não estão aqui”. Alain Delon foi pela primeira vez ao Festival de Cannes em 1957, quando ainda era um rosto anônimo, e voltou em várias ocasiões, embora não tenha sido convidado em 1997, algo que lhe irritou. “O mundo inteiro estava convidado para o 50º aniversário do evento, principalmente os americanos, obviamente. Todo o mundo, exceto (Jean-Paul) Belmondo e Delon”, lembrou.

Delon também tem boas lembranças das mulheres com quem trabalhou, como Katharine Hepburn, Ava Gardner, Laurent Bacall e Brigitte Bardot, atriz com quem mantém uma “amizade muito próxima há 50 anos”. Sempre cercado de beldades, o ator que fez sonhar milhões de mulheres de todo o mundo também já foi rejeitado por algumas que não aceitaram suas proposições. “Claro que já fui rejeitado, inclusive por desconhecidas. Sofri muito… mas a maioria aceitou”, comentou entre risos a lenda do cinema que se diz aposentado e só deixa a porta aberta a Luc Besson e Roman Polanski.

“O cinema atual evoluiu em um sentido que não me agrada. Antes, você se jogava em uma poltrona vermelha para ver Ingrid Bergman beijar Cary Grant e sonhar. Uma vez roubado o sonho, o cinema não me interessou mais.”

As informações são da EFE/Veja

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