Alagoas tem pior desempenho no Nordeste, na Meta 2

80% dos 2.500 casos de assassinato não tinham informações suficientes para que fosse iniciada uma investigação

Números do Ministério Público Estadual em Alagoas indicam que 1/4 dos inquéritos instaurados entre 1990 e 2007- para apurar homicídios dolosos cometidos no Estado- sumiram. Dos 4.180 inquéritos, mil deles nunca terão solução.

O mutirão foi montado pela Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp)- do Conselho Nacional do Ministério Público. A proposta era “zerar” os inquéritos pendentes de homicídios dolosos entre 1990 e 2007. O prazo encerrou na última segunda-feira. Mas, os números de Alagoas-o Estado mais violento do Brasil, segundo o Ministério da Justiça- não são animadores.

“A Polícia Civil não conseguiu nos informar onde estão e qual o destino que tomou estes mil e poucos inquéritos. Eles são muito antigos e ficaram dormitando nas gavetas das delegacias”, disse a promotora Karla Padilha- uma das que participou do mutirão. O relatório foi entregue ao chefe do MP alagoano, Eduardo Tavares Mendes, para que a Polícia Civil adote providências.

80% dos 2.500 casos de assassinato não tinham informações suficientes para que fosse iniciada uma investigação.

“Esta situação retrata a falência do sistema de investigação no País inteiro”, resumiu a promotora.

A delegada do setor de estatística da PC, Luci Mônica, disse que estes mil inquéritos não sumiram, mas podem ter sido encaminhados ao Judicíário.

Segundo o inqueritômetro, do Conselho Nacional do Ministério Público, Alagoas teve o pior desempenho do Nordeste na Meta 2: resolveu 14,9% de seus inquéritos. Um único estado brasileiro conseguiu atingir os 100%: o Acre. Roraima vem em 2o lugar: 99,6%.

Piauí e Maranhão tiveram os melhores desempenhos do Nordeste: 98,1% e 97,7%. São Paulo conseguiu resolver menos da metade destes inquéritos: 46,7%. O Rio de Janeiro foi ainda pior: 29%. O pior do Brasil foi Minas Gerais: 1,9%.

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