Repórter Nordeste

Alagoas: PC investiga “surto de fome” em presos nas delegacias

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A Polícia Civil de Alagoas abriu investigação para apurar porque os presos custodiados (aqueles que ainda não foram julgados e estavam apreendidos em delegacias) tiveram uma crise repentina de fome, em outubro do ano passado, obrigando o Estado a comprar quase mil refeições a mais.

Pelas contas, havia comida demais para bocas de menos.

O caso se refere ao café da manhã dos presos.

A Casa de Custódia II- diz a investigação- teve 2.221 custodiados de 1 a 23 de outubro do ano passado. Média de 74 por dia.

Fazendo as contas (que acrescentam dez refeições a mais, para o caso de quantidade maior de pessoas apreendidas em uma operação, por exemplo), a média de kits para o café da manhã seria de 2.520.

Porém, a empresa responsável pelo contrato apresentou 3.264 refeições ou 744 a mais.

Pelas contas da Polícia Civil, o número de refeições apresentada pela empresa corresponde a 108 a mais/dia.

Ou 108 presos a mais/dia.

” FICA evidenciado que é inquestionável a desconformidade encontrada entre o número pleiteado pela empresa e o número apresentado pelo Assessor Técnico da Casa de Custódia II”, explica a PC.

Perceba o leitor que este caso se refere apenas à Casa de Custódia II.

Naquele outubro de 2015, a gestora do contrato sugeriu que a empresa teria a receber- pela alimentação para a Casa de Custódia II, Central de Flagrantes I, Central de Flagrantes III, Delegacia Especial da Criança e do Adolescente da Capital e CODE- R$ 9.486,40.

Neste caso, comida para alimentar 4.840 presos.

“Há uma discordância entre o valor apresentado pela empresa e o valor que realmente a mesma faz jus ante as alegações apresentadas pela Autoridade Policial e pelos agentes da autoridade nas Unidades Policiais que percebem a alimentação destinada aos custodiados. A incompatibilidade de informações, geram dúvidas e, por tal motivo, a fim de não agir com nenhuma discricionariedade abusiva, torna-se necessária uma melhor análise e averiguação, para perceber se houve alguma irregularidade”, disse a PC.

O caso foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil.

 

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