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Alagoas mãe dos crimes

 

Se nossa sociedade é composta por indivíduos tão melindrados, que sequer suportam uma crítica, imaginemos as reações quando os mesmos se deparam com denúncias!
Sim, essa intolerância à menor crítica, revela a violência represada (mas que estoura!) que tais personalidades portam. Isso vai para além do indivíduo, cristalizando uma conduta de grupo. Obviamente silenciada, não assumida; mas que está respaldada pelo mais terrível dos algozes humanos: o acordo tácito!
Todos sabem o que acontece, mas não dizem, nem fazem nada. Contemplam, envolvendo discursos intangíveis em burocracias intencionais, conduzindo o crime às brancas nuvens do esquecimento coletivo.
Apenas a vítima não pode esquecer! Jamais logrará a anestesia para alma ferida. E se há vitória, nesse drama lamentável, está com aqueles que mantém a força da consciência ativa.
Alagoas estende largo manto bordado com as franjas do atlântico, sobre os inúmeros crimes gerados pela intolerância á cidadania.
Desde perseguições, pedidos de demissão, ao assassinato friamente calculado.
Vira notícia por um dia, depois a rolagem do tempo leva tudo. Esquecem-se, porém, das vítimas, que apenas crescem.
A vítima não esquece. A dor não acalma a consciência. Mesmo nos momentos em que a nata dos privilegiados parece importar-se com a execução dos papéis sociais que lhes competem, a solidão da vítima só tem amparo na honestidade dos que amam a vida, não apenas o poder e o dinheiro.
Alagoas é um descampado social onde o crime galopa sob as vistas das autoridades, que tudo sabem e pouco ou nada fazem.
Todos os órgãos que anunciam direitos são limitados pelos sobrenomes e cargos ocupados pelos algozes.
Por essa razão, repudiamos as exibições de justiça feita nas periferias ao modo mais violento e vulgar das castas armadas e judicialmente respaldadas.
Queremos ver a justiça atuar nos átrios do poder! Queremos ver Alagoas suportar por alguns momentos àquilo que sua gente humilde suporta a vida inteira: o abandono das castas poderosas!
Judiciário, órgãos colegiados, instituições, sociedade civil, aguardamos vossas ações!
Somos o povo que cumpre a sua parte, carregando a cruz de existir aqui e provar do pão amassado pela sanha sangrenta do latifúndio na colonização das almas e beber o cálice amargo da impunidade diária.
Esperamos vossas atuações enquanto lhes apresentamos o tamanho do nosso martírio social, imposto pelo vosso silêncio e pela crueldade dos vossos párias.

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