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Alagoas dá licença para torturar e matar

As referências do passado estão gastas, Alagoas não atualiza seus ícones!

Quem representa o clamor popular, hoje?

As elites edificaram suas estruturas de defesa. Intitucionalizaram a condução do senso comum perverso que legitima a destruição material e simbólica dos que incomodam. Basta chamarem-nos de bandidos, drogaditos, que obtém a licença para torturar e matar!

Na contramão da política de ascensão dos direitos coletivos; no retrocesso do pensamento, que conflui para a renovação contínua de mentalidades evoluídas, Alagoas vive o jugo do arcaísmo arrogante, desde a colonização, governando sob a batuta da violência.

Insisto: não são os pobres, os violentos. Alagoas espalha violência de cima para baixo, pois dessa forma, apenas os que estão nas camadas inferiores são punidos.

Punidos desde o nascimento, ao herdarem todas as ausências de direitos e perspectivas. Postos à margem. Marginais.
Candidatos ao crime e ao extermínio, com raras chances de sairem ilesos dessa fatalidade.

Quem denuncia essa violência brutal?

Quem anuncia os tempos da libertação política?

Alagoas vive profundo silêncio.

Silêncio de pesar? Silenciamento? Seja como for, de tanto não ouvir, as comunidades ensurdeceram para seus próprios clamores.

Não devemos mais tolerar os que permanecem na coluna do meio, negociando mediações.

Os governantes compactuam com a violência criando bordões imundos na autorização do crime, quando estigmatizam vítimas.

O conceito de bandido em Alagoas, está caótico, difuso. Só tem servido para pobres.

Será que nossos algozes, sejam togados, fardados ou vestidos de ternos caros, conseguiram modificar até as questões semânticas, em benefício de seus interesses de mando e desmando?

Alagoas entre as dores do parto e da partida, já não clama, porque está perdida em lamentos longos, cortando a noite das periferias e as manhãs de poucas certezas.

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