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Alagoas: Cresce violência policial na pandemia

Aumentaram os registros de violência policial em Alagoas. Curioso: o crescimento destes casos se dá em meio a uma pandemia.

Pelos dados da Comissão de Direitos Humanos da OAB, foram 14 denúncias de janeiro e junho. Dez delas durante o isolamento social determinado pelo governador Renan Filho (MDB).

Segundo a Agência de Notícias das Favelas:

Os relatos do levantamento atual variam entre invasão domiciliar, agressão, ameaça, tortura, roubo, homicídio e desaparecimento, e envolvem tanto policiais civis quanto militares.

Mais:

O pesquisador e mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Adson Ney, explica que esse número não compreende a realidade da situação, uma vez que muitas vítimas, por medo, acabam optando pelo silêncio. “Apesar do relatório ser importante, infelizmente há uma subnotificação muito grande. A violência policial, principalmente nos territórios de periferia, é uma realidade relatada por moradores, pesquisadores e organizações há muito tempo e ainda assim é presente e crescente cada vez mais. Essa questão da subnotificação tem uma relação forte com o temor recorrente de quem sofre ou presencia esse tipo de ato sofrer represálias”, explica o especialista.

A orientação:

O advogado Yuri Buarque orienta que a coleta de provas para denunciar qualquer tipo de conduta inadequada é essencial para que os agentes possam ser punidos. “A utilização de câmeras e celulares para fazer filmagens de abordagens policiais não é proibida pelo ordenamento jurídico. Inclusive, especialmente em razão do princípio da legalidade, que diz que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada se não em virtude da lei. Então, o cidadão não pode ser obrigado a deixar de filmar porque não há vedação expressa neste sentido”, ressalta Yuri Buarque.

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