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Ações de cidadania de Rui Palmeira, segundo Célia do Graciliano

 

Quando tornei-me Cientista Social, foi pura adesão à essa maneira fascinante de descobrir a ciência na vida das gentes; o fascínio pelo povo em seus costumes, a interpretação do não-dito, a compreensão da serventia das dores da miséria, a poesia de ser multiplicidade!

A aparência de ingenuidade, a ilusão da sabedoria, os requintes da maldade.

Ouço pessoas com muita frequência. Olho seus movimentos oculares, risos no canto da boca, enquanto sorvo suas frases analisando, buscando entender…vejo a vida e a morte no meio da rua, nas salas de espera, na agilidade e tontura de quem já não espera.

Foi assim meu encontro com Célia do Graciliano, no meio de um evento governamental. A conversa aparentemente banal desenrolou-se. Fiz um comentário em réplica a outro que tinha escutado: ” O Jeferson Morais está aparecendo no meio do povo”, era uma queixa!

Repliquei: “Isso não é estranho, afinal, como apresentador de programa de tv ele sempre esteve na casa das pessoas. Acho estranho mesmo é o Rui Palmeira popularizado, pois que esse não vive no meio do povo”.

Havia excitado a defesa. A mulher respondeu violentamente que eu estava enganada, pois que Rui Plameira fazia muitas ações de cidadania!

Obviamente, esse dircurso me chamou a atenção. Sem paixão, defesa ou condenação, insisti com ela: Jura? Me conta quais foram. Gostaria de conhecer.

“Muitas! Você deve saber”.

Por Deus que não sei. Mas tenho muita vontade de saber, afinal, ele é candidato!

“Ele faz ações de cidadania nas comunidades!”

Nossa! Ficou ainda mais interessante. Diz em quais? De que forma? Pois até hoje nunca ouvi falar em ações de cidadania nas comunidades, vindas de Rui Plameira, mas se elas existem, gostaria de detalhes.

Crente de que ganhava mais uma eleitora, Célia esmerou-se em explicar que aquelas ações eram feitas junto às associações de bairros na parte alta de Maceió. Mas eu insisti que pormenorizasse.

“Ele leva para as associações do Graciliano Ramos, Parque das Árvores e Village Campestre, exames de ginecologia, odontologia e oftalmologia”. Venceu o debate, a presidente da Associação de Mulheres do conjunto Graciliano Ramos, Célia do Graciliano, que inclusive me convidou a usar os tais benefícios, anotando até meu número de telefone celular.
Muito grata a Célia, registrei esse fato em minha agenda de bolso e sai a pensar.

Até quando contemplaremos essa confusão de entendimento a respeito do que seja cidadania?

Enquanto os poderes sobre a saúde do pobre estiverem nas mãos dos ricos, não haverá libertação!

Associações de bairros deveriam primar por satisfazer outras necessidades da coletividade, como no caso, lutar pela garantia desses serviços em postos de saúde.

E os líderes comunitários de Maceió, qual papel têm exercido, nesse cenário de miserabilidade da classe trabalhadora?

Amanhã será eleição. Qual história teremos para contar, depois de amanhã?

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