Aberta a temporada do Janeiro Branco

Na trilha da confraternização universal, o primeiro dia do ano marcou também o início do chamado Janeiro Branco, o mês terapêutico. Com o mote “quem cuida da vida cuida da mente”, a campanha tem como foco levar as pessoas a uma reflexão sobre a qualidade de suas vidas, afetos e relacionamentos, sob um ponto de vista da prevenção do adoecimento emocional. Um dos objetivos do projeto é dar relevo à necessidade de se construir uma cultura de saúde mental, a partir da promoção de debates e ações relacionados à temática.

O Janeiro Branco também tem o sentido de tentar responder aos constantes alertas da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o sofrimento psíquico da humanidade, manifesto em crescentes taxas de transtornos mentais em todo o mundo. A campanha surgiu em 2014, na cidade mineira de Uberlândia, por iniciativa de um grupo de psicólogos inspirados no alcance da já famosa campanha do Outubro Rosa, a qual se dedica à prevenção do câncer de mama. Com uma adesão crescente da mídia, instituições públicas, empresas privadas e sociedade em geral, o projeto vem ganhando visibilidade em todo o País, inclusive em Alagoas.

Em 2017, os psicólogos alagoanos receberam pela primeira vez a campanha do Janeiro Branco, sob a coordenação da psicóloga Janaína Diniz e o apoio do Conselho Regional de Psicologia (CRP/15). A categoria recebeu em evento a visita do também psicólogo e palestrante Leonardo Abrahão, um dos fundadores do projeto no Brasil. Ao longo daquele mês aconteceram várias atividades integradas e uma grande caminhada na orla de Maceió encerrou a programação com chave de ouro. Para o Janeiro Branco 2018, várias ações estão sendo articuladas. O CRP-15 está preparando uma nova marcha em prol da saúde mental para o domingo, 28, além da realização de eventos informativos ao longo das próximas semanas. Entidades e grupos diversos também têm se mobilizado para mais uma vez levantar a bandeira do bem-estar como saúde mental.

Segundo o psicólogo Everton Calado, da Supervisão de Atenção Psicossocial do estado, (SUAP/SESAU-AL), a campanha “é oportuna também para chamar a atenção da sociedade quanto ao contrassenso das mudanças na política nacional de saúde mental”. No final do ano passado, o Ministério da Saúde aprovou uma Resolução alterando a legislação da área que vem sendo duramente contestada pelos defensores da luta antimanicomial.

A polêmica está no fato de que as mudanças apontariam o fim do processo de extinção dos hospitais psiquiátricos. A chamada Reforma Psiquiátrica é uma das pautas do Janeiro Branco.

“As pessoas que sofrem com transtornos mentais são as maiores vítimas de uma sociedade que não se cuida, quando não previne as dores da alma em vez de promover saúde e liberdade”, complementou o técnico.

Fonte: Assessoria

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