O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, nesta segunda-feira (20), a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que negou a devolução de seu passaporte para que ele pudesse comparecer à posse de Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos.
Bolsonaro considerou a negativa “inacreditável” e argumentou que ela reflete um sistema judicial que o mantém sob controle excessivo. Moraes justificou a decisão com base no risco de fuga do ex-presidente, que está indiciado em três investigações.
Durante uma live, Bolsonaro lamentou a situação, afirmando que ele não é réu e expressou sua frustração por não poder acompanhar sua esposa, Michelle Bolsonaro, que foi aos EUA acompanhada pelo filho Eduardo e uma comitiva de 21 parlamentares de oposição.
“Eu fui convidado, apesar das fake news de alguns, a imprensa do mundo todo divulgou isso aí, como a imprensa do mundo todo está divulgando que eu não pude ir para lá por causa da decisão de um juiz, um juiz que é o dono de tudo aqui no Brasil, é dono da sua liberdade. Ele abre inquérito, ele te ouve, ouve o delator, ele é o promotor, ele é o julgador, ele encaminha o juiz pra fazer parte da audiência, tudo ele. Tira o seu passaporte… eu não sou réu, pô. “Ah ele pode fugir”, eu posso fugir agora, qualquer um pode fugir”, afirmou Bolsonaro em live do jornal Auriverde Brasil.
O governo brasileiro é representado apenas pela embaixadora em Washington, Maria Luiza Viotti, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não comparece ao evento.
A negativa do passaporte seguiu a recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegou que a viagem não atenderia a um “interesse vital” de Bolsonaro.
O ex-presidente, que se disse “chateado” e “abalado”, recorreu da decisão, mas teve seu pedido novamente negado. Moraes ressaltou que a possibilidade de fuga é uma preocupação válida, especialmente considerando os casos de condenados que buscam asilo no exterior.
*Com Agências