Os doze monges eleitores do Mosteiro de São Bento, em Olinda, devem eleger, quarta-feira, dia 21, o novo Dom Abade do monastério, em até três escrutínios, para a função que deve ser exercida vitaliciamente, a não ser em casos especiais de renúncia, transferência ou aposentadoria aos 70 anos.
A eleição, segundo as regras de São Bento, fundador da Ordem de São Bento (OSB), será realizada porque o antigo Abade, Dom Felipe José Cláudio da Silva, 50 anos, foi eleito Dom Abade do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, no dia 6 de novembro passado.
O mosteiro no Rio leva o nome de Abadia Nossa Senhora do Monserrate do Rio de Janeiro, é considerado o mais rico do País além de ser o mais tradicional.
A eleição em Olinda para a escolha do próximo Dom Abade poderá repetir o resultado do Rio de Janeiro que, após dois anos sem Abade, definiu-se agora pela escolha de um monge de fora do Mosteiro do Rio de Janeiro. Nos bastidores, fala-se na possibilidade da eleição de um monge beneditino de São Paulo.
Dom Felipe (foto), alagoano de nascimento, ingressou na Ordem de São Bento (OSB) no Mosteiro do Rio de Janeiro, onde já exerceu outras funções.
Ele foi eleito Abade de Olinda em agosto de 2006, cargo vacante desde a renúncia do Abade Dom Bernardo Alves.
A posse canônica de Dom Felipe no Rio de Janeiro deverá ocorrer no dia 1º de dezembro. Ele será o 87º Abade nos 400 anos de história da comunidade beneditina no Rio.
Por estar comandando o Mosteiro de São Bento de Olinda, Dom Felipe da Silva tomará posse no Rio de Janeiro por permissão extraordinária do cardeal João Braz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, na Santa Sé, que aceitou a eleição abacial e a consequente transferência de Dom Felipe de Olinda para o Rio.
A Abadia do Rio encontrava-se sem seu Dom Abade desde 11 de agosto de 2010, quando o então Abade, Dom Roberto Lopes, renunciou. Nos últimos dois anos, por decisão da própria comunidade monástica carioca, ainda indecisa de quem eleger como Abade, o prior Dom Henrique Coelho administrou a Abadia. Porém, dois anos são o limite que a Legislação Canônica permite que uma Abadia permaneça sem um Abade eleito.
Segundo o site Notícias do Vaticano, “Dom Filipe da Silva, 50 anos, é o novo Abade do Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, o 87º na sucessão abacial em 400 anos”.
“Acolhi a nomeação com alegria e senso de muita responsabilidade, pois tenho consciência que o chamado é de Deus. Minha missão será dar continuidade a configuração litúrgica, monástica, religiosa e cultural que o Mosteiro necessita, já que ele, nos seus 400 anos de caminhada, tem uma história singular para a Igreja, tanto a do Rio como a do Brasil”, disse Dom Felipe da Silva.
“O decreto de nomeação, datado de 3 de novembro, foi assinado pelo Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz. Sua eleição foi feita no dia 11 de setembro passado”.
“A Abadia de Nossa Senhora do Monserrate do Rio de Janeiro (Mosteiro de São Bento) estava sem abade desde a renúncia de Dom Roberto Lopes, em 7 de agosto de 2010, e até então governada por Dom Henrique de Gouvêa Coelho, na qualidade de prior administrador”.
“Depois de seis anos como abade do Mosteiro de São Bento, em Olinda, no Estado de Pernambuco, Dom Filipe retorna ao Rio de Janeiro, no mosteiro da mesma congregação, onde ele ingressou e viveu boa parte de sua vida monástica”.
“Com muito amor ao ideal proposto por São Bento, nosso pai, não terei outra coisa a fazer senão servir e cooperar com a comunidade, para que o ideal de vida interior, espiritual, de vida litúrgica, monástica aconteça, sobretudo observando os valores que hoje, cada vez mais, invadem a vida religiosa. Pretendo preservar no Mosteiro, a vida de clausura, sempre anunciando o mistério de Deus em nossa vida”, afirmou Dom Filipe”.
“Dom Filipe nasceu em Rio Largo, Alagoas, a 5 de junho de 1962, batizado com o nome de José Cláudio da Silva. Atualmente é o primeiro assistente do abade presidente da Congregação Beneditina do Brasil”, esclarece o noticiário Notícias do Vaticano.
As informações são do Jornal do Commercio