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A sociedade que nos merece

Quem viu o tempo no qual a militância caminhava pelas ruas e orgulhosa de suas lutas vestia a cor do sonho, para abrir as fronteiras dos direitos, há de estranhar o silêncio de agora.

Silêncio que fala da superficialidade de um tempo venal, a engolir motivações.

Há quem recuse formação, há quem se informe para ganhar o jogo das espertezas, há quem fique à espreita do vacilo alheio, tudo misturando competitividade e vantagens. Conteúdo político esvaziado, tem espelhado a fome que estreita nossos olhares.

Fome de céu azul e liberdade!

Discursos políticos tortos, fluindo da esquerda na direção dos interesses da direita. Estamos sem rumo!

Quem viveu a rouquidão nascida do enfrentamento, com palavras de ordem no meio das ruas, conquistando o cenário democrático que hoje seduz nossa vanguarda aos gabinetes, há que sentir saudade do tremular das bandeiras em livre expressão de luta popular.

Que mudem as formas de fazer, mas, se preserve a proposta original.

Cada tempo vestirá sua própria roupagem, mas os caminhos dos direitos coletivos permanecem desafiadores; desenhados nos mapas sociais, ainda não encontrados, não assumidos, não garantidos.

Todos os tempos nos chamam a assumir nossa cota na luta pela sociedade que merecemos. Qual sociedade você merece?

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