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A perigosa ideia de juntar armas e crianças nas escolas públicas

Que tal seguranças armados caminhando pelos corredores das escolas mais caras de Alagoas, aquelas onde estudam os herdeiros da nossa elite?

E estes seguranças revistem as crianças, os adolescentes, andem armados pelos corredores, entrem nas salas de aula, apontem armas em qualquer ocasião e dentro da escola?

Nos momentos de tensão, haverá uma arma. Na difícil relação entre professor e aluno, alguém estará armado em busca de uma solução fácil e rápida.

A ideia é chocante ? Pois a Assembleia Legislativa quer ela em prática mas não nas escolas onde estudam os filhos doa deputados. E sim nas públicas, onde crianças e jovens pobres e pretos serão ainda mais criminalizados.

É uma ideia repulsiva. Ela fere todas as condições dos Direitos Humanos.

Até os alagoanos golpistas e criminosos, presos por participarem da invasão de prédios na praça dos Três Poderes, acionaram seus representantes armamentistas em busca de Direitos Humanos. Porque queriam ser tratados como gente. E são, apesar de tudo.

Mas agora os alunos das escolas públicas correm o risco de serem tratados como presas, animais caçáveis, bichos selvagens e sem dono, prontos para serem eliminados, “arrancando o mal pela raiz”.

É o desejo de quem quer CPFs picotados por balas. Com armas nas escolas alagoanas, o palco da tragédia não tardará.

O discurso armamentista alimenta o bolso de quem ganha dinheiro com ele. Armas não são distribuídas mas compradas. E o Estado é um dos principais compradores.

Mas alargar os lucros é o sonho desta indústria. Por isso o desejo da flexibilidade das leis, cidadãos e criminosos apontando um contra o outro uma arma, como se houvesse relação de igualdade.

Não à toa o orçamento da guerra nos EUA é trilionário: porque a indústria das armas também banca a eleição de muita gente e o sonho das diferenças sendo resolvidas na bala.

Gente armada e despreparada fazendo a segurança nas escolas. Quem lambe os beiços com o sangue dos outros terá seu instante de glória. Mas o filho do deputado, bem protegido na escola “dos ricos” continuará a receber orientações humanistas.

Olho no olho e todos ficam cegos (Gandhi).

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