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A partida do guerreiro Mestre Claudio

Uma postagem no facebook, com a frase ” Não espere a morte para valorizar as pessoas! ” e registros fotográficos de alguns homenageados, incluindo Mestre Claudio marcando a noite na qual o mestre do folguedo alagoano – Guerreiro – faleceu, me emociona agora. Pois no ato do registro eu não sabia da morte dele.

Sempre admirei a força da voz e o trupé da pisada de Mestre Claudio, que alegrava as noites matrizenses com o “Guerreiro Treme-Terra do Amor”, sua paixão e arte, a fluir na ausência de incentivos financeiros e muita garra, pois o brincante esquece as mágoas quando libera o canto e a dança entre o colorido das fitas.

Seu trupé foi interrompido pelas sequelas da diabetes, que lhe sentenciou com amputação dos membros inferiores; não sei exatamente o meio do caminho para seu grupo de brincantes, mas o fato é que o Treme-Terra do Amor não resistiu à ausência do seu mestre.

Matriz de Camaragibe ficou órfã do folguedo. Mestre Claudio, porém, manteve seu vozeirão firme e adotou uma cadeira de rodas, que o levava aos quatro cantos da cidade, onde visitava amigos e parentes, sem descuidar de um guarda-chuva despendurado, pois sempre era possível que chovesse.

Em dezembro de 2018, na cerimônia de posse dos primeiros membros efetivos da Academia Matrizense de Letras, consensuamos homenagear indivíduos de ações culturais destacadas na vida comunitária, denominando-os de “Patrimônios Culturais Vivos”, e Mestre Claudio foi escolhido para me dá a posse, como primeira presidente da AMALE, da qual fui também fundadora.

Certificado e medalha, homenagens e registros, deixarão a imagem do brincante guerreiro eternizada na história da AMALE.

Viaje com os guias coloridos dos artistas, rumo ao paraíso! Os semeadores de alegria jamais serão esquecidos na terra e certamente são recebidos com festa no céu.

Descanse e se refaça mestre, a vida nunca tem fim para os espíritos alegres!

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