A Morte do Estro

Hamilton Carneiro*

À competente equipe médica de Radioterapia da Santa Casa de Maceió, os meus agradecimentos por ter erradicado um edeno carcinoma que se instalava na minha próstata, ao tempo em que lastimo as incômodas, mas naturais, sequelas decorrentes do procedimento médico.

O meu estro não pairou desfeito em vento,
como o estro do poeta lusitano.
O meu estro exalou seu último alento,
tamanho foi seu desengano.
Ele foi forte como um moicano,
frente às mulheres era talento,
mas seu vigor entrou pelo cano,
devido ao grande sofrimento.
E depois entre os lírios e outras flores,
as rosas, as marias, as dolores…
velaram o meu estro em câmara ardente.
E o mulherio chorou na despedida
daquele que tão cedo deixou a vida,
deixando a saudade e a dor pungente.

(*) O autor é Juiz de Direito aposentado, Sócio Efetivo da Academia Maceioense de Letras, Sócio Honorário da Academia Alagoana de Cultura, Sócio Efetivo da Academia Alagoana de Letras e Artes de Magistrados e Sócio Honorário da Real Academia de Letras e da Ordem da Confraria dos Poetas de Porto Alegre.

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