A esquerda para além do reboquismo

Magno Francisco

Diante da crise econômica e política, representantes de setores da burguesia brasileira, especialmente os que não estão no governo Bolsonaro, adotam discursos pós-políticos e social-liberais com o objetivo de conquistar vitórias eleitorais.

Fizeram isso nas eleições municipais e devem fazer também em 2022. Parte da esquerda, a reboque da burguesia, tem acompanhado essa mesma tática e sonham até numa grande aliança com setores da direita.

O futuro disso, em caso de vitória, afirmo sem medo de errar, será a entrega de um governo neoliberal, não muito diferente do bolsonarismo, apenas com uma cara civilizada.

É preciso derrotar o fascismo, mas é preciso não enganar a classe trabalhadora. Não abrimos mão de revelar as diversas facetas da burguesia. Essa é uma condição para existir como alternativa ao fascismo e a frustração.

Aliás, só podemos desenvolver uma alternativa da classe trabalhadora se deixarmos explicito os projetos da burguesia e o nosso.

O deles, neoliberalismo ou fascismo, o nosso, democracia popular e socialização da riqueza para quem produz.

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