BLOG

A ‘animada’ cerimônia do PSDB, rumo ao buraco

Nem sempre a execução da bela marcha fúnebre de Chopin significa ironia. Também simboliza homenagens a quem teve alguma relevância, atraindo aliados e puxa-sacos, quase ao mesmo tempo. Ilustra um longo caminho de alguém que viveu muito tempo, “e o caminho da minha vida perde-se nas folhas amarelas e secas”. (Julio Cesar, Shakespeare).

Onze anos separam as duas fotos desta matéria, ambas tiradas em Alagoas. Na primeira, Marconi Perillo conclama um moribundo tucanato a um projeto nacional; na segunda, Aecio Neves e uma tropa gigante gritava ‘chega’ para os tempos do PT na presidência.

Em 11 anos, Aécio foi abatido em pleno voo, ao colocar em xeque e sem provas a credibilidade das urnas eletrônicas, depois ele mesmo atingido em cheio pelas investigações da Lava Jato. A pá de cal: dar corda para Bolsonaro chegar ao poder. Hoje Aécio agoniza num simplório mandato de deputado federal.

No cenário alagoano, o PSDB sentiu o baque da desgraça. Teotonio Vilela Filho tinha um partido encorpado em 2013; já em 2024, Pedro Vilela, inexpressivo na política, é um meme na cerimônia dos adeuses. Tucanos rumo ao buraco.

Pedro, outrora príncipe dos usineiros, é a voz dos que gritam no buraco: o PSDB ocupa o quinto escalão na gestão JHC. Pouco, bem pouco para a diferença da segunda foto.

São as coisas da política. Ao renegar o passado pelo poder em estado puro, o PSDB martelou todos os pregos no próprio caixão. Escolheu o golpista Bolsonaro por conveniência e covardia: não quis levantar a bandeira da democracia, dos direitos humanos (sempre defendidos pelo partido nos tempos de Mario Covas), da cidadania.

E o que sobrou? o próprio mal porque “o bem que fizeram quase sempre enterra-se junto com seus ossos.” (Julio Cesar).

 

SOBRE O AUTOR

..