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Tempo ajuda a virar a casaca da classe política

avesso

Um ano pode dar um verso ou mostrar o inverso.

Não, não é uma teoria sobre o tempo.

Em junho de 2013 quando o povo foi às ruas em protesto pedindo a melhoria dos serviços públicos- a saúde na cabeça da lista- Marina Silva liderava as pesquisas presidenciais.

Um ano e quatro meses depois, Dilma Rousseff foi reeleita.

Ano passado, Dilma prometeu o país do futuro.

Hoje este país põe a mão no bolso de quem é mais pobre para pagar a conta do superávit primário ou engordar o capital especulativo.

Em outubro de 2014, Renan Filho era eleito com folga.

E dizia que Alagoas- por ser o mais pobre entre os mais pobres- mereceria mais atenção do Governo Federal.

Era um pacote bem amarrado: uma bancada federal afinada com o Palácio do Planalto; a Presidência do Congresso nas mãos de um alagoano…

… e a Assembleia Legislativa aprovou na quarta-feira o pacote fiscal de Renan Filho. Pondo a mão- diz a propaganda- no bolso dos mais ricos, mas, em verdade, ao aumentar a alíquota do ICMS para a gasolina, haverá um efeito dominó e os alimentos serão reajustados.

O Governo estima que vá arrecadar R$ 140 milhões/ano, mas oficialmente não há nada definido.

O mundo mudou? Não.

É que as eleições estão distantes e um ano é sim muito tempo.

Qual o destino de Dilma Rousseff depois que o Tribunal de Contas da União reprovou as contas presidenciais do ano passado?

Eduardo Cunha vai sobreviver ao primeiro documento mostrando sua movimentação financeira na Suíça?

As investigações da Lava Jato vão alterar a vida política dos caciques alagoanos?

Agora o tempo parece ser quando- plagiando Fernando Pessoa.

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