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O preço da felicidade

O sistema que domina com hegemonia, a economia, a política, a cultura e até as nossas vidas, interfere no lazer que usufruímos, em verdade, o determina.
Além de nos transformar em máquinas de trabalhar, condiciona os desejos por pacotes cada vez mais refinados, caros, no intuito de responder às nossas subjetividades em sua ânsia de participação do consumo, ao qual a ideologia do mercado acrescenta uma pitada da ilusão do sentir-se gente, gente feliz!
Não importa em quantas parcelas dividiremos no cartão de crédito, quantos compromissos adiaremos acumulando outras preocupações ( o mercado é um voraz gerador de débitos ) na vida real da gente comum.
Condenar? Absolutamente. Nossa análise volta-se à reflexão do condicionamento social para a compra do lazer.
Lazer é sinônimo de débito, nesse tempo de ilusão consumista. Enquanto os modos gratuitos de diversão e entretenimento tornaram-se inacessíveis, pois que a violência tomou conta das praças, das praias, das orlas lagunares.
Sem dinheiro para gastar a maioria experimenta uma sensação de despossessão relativa à felicidade, ao prazer de viver.
As músicas instantâneas exploram esse filão, incitam o consumo, a exibição. Educar a juventude em tempos de esvaziamento dos valores e das virtudes em favor dos interesses do mercado, que departamentaliza os produtos desde o ventre materno até a velhice, não tem sido tarefa de fácil execução.
Vale tudo para realizar os sonhos dos filhos e netos, além dos nossos!
Um rodada de pizza no shopping e uma passada na loja predileta que gerará lindos sorrisos nos rostos mais lindos do mundo: os dos nossos amados! Isso tem preço? Sim. Geralmente bem alto.
Nosso objetivo não é por certo propor uma rebelião contra o mercado e o consumo, mas talvez valha a pena nos tornar um tanto seletivos, saber dizer não, de acordo com nossos gostos e possibilidades e, acima de tudo, cultivar a alegria de existir e a felicidade de estarmos inseridos em grupos familiares e de amigos, gastando ou não.

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