Programa anti-crack não tem data para sair do papel

"Não gosto de dar prazo", disse o secretário de Saúde, Alexandre Toledo

Apesar da assinatura, nesta terça-feira, do programa federal Crack, É Possível Vencer- que traz a Alagoas o staff do Ministério da Justiça- o Governo não tem prazo para a implantação do programa, foi o que disse o secretário estadual de Saúde, Alexandre Toledo, em entrevista ao AL TV 1a edição.

“Não gosto de dar prazo”, disse. Segundo ele, o Governo “pleiteia a inclusão de 45 unidades terapêuticas [para tratamento de dependentes químicos], mas, em dois ou três meses tem aquisição de equipamentos, repasse, não dá para fazer isso hoje ou amanhã. Não são ações que dependem só da gente, em Maceió o município é quem vai fazer estas ações”, disse Toledo.

O governador Teotonio Vilela (PSDB) assina nesta terça-feira (27) o termo de adesão ao programa federal Crack, É Possível Vencer, que prevê o investimento de R$ 4 bilhões, até 2014, em ações de assistência aos usuários e na prevenção e repressão ao tráfico de drogas em todo o Brasil, com a presença dos ministros da Saúde, Alexandre Padilha; da Justiça, Eduardo Cardozo, e do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo

As ações do plano de enfrentamento ao crack estão estruturadas em três eixos: cuidado, autoridade e prevenção. Os recursos serão liberados mediante adesão de estados e municípios, num esforço conjunto para conter o avanço da droga. “O enfrentamento ao crack e outras drogas se dará por meio de um grande esforço para reorganizarmos a rede, que funcionará integrada, oferecendo acolhimento e qualidade no atendimento”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Do ponto de vista da atenção à saúde dos usuários de drogas, o programa Crack, É Possível Vencer prevê a instalação de consultórios na rua para atendimento aos usuários de drogas, enfermarias especializadas em álcool e drogas, unidades de acolhimento adulto/infantil, Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas 24 horas (Caps/AD) e as instituições da sociedade civil que fazem atendimento a dependentes químicos, que serão habilitadas a receber recursos do SUS se cumprirem critérios de qualidade do atendimento. A rede está interligada também aos serviços da atenção básica e ao atendimento de urgência e emergência.

Em Alagoas, as estratégias contra o crack contam ainda com importante atuação da Secretaria de Estado da Promoção da Paz (Sepaz), que investe R$ 12 milhões no trabalho de acolhimento de usuários de drogas em 31 comunidades terapêuticas que oferecem 800 vagas para atendimento. O Governo lançou edital, no último dia 19, para expandir essa oferta ainda este ano.

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