Há dois pesos e duas medidas na polícia de Alagoas.
Um policial do Bope é acusado de atirar e matar um agente penitenciário Joab Nascimento de Araújo Junior.
A defesa do policial explica que ele reagiu durante uma abordagem apontando uma arma- por isso acabou morto.
A regra diz que o policial respondendo a inquérito deste tipo sai das ruas até o fim da investigação.
E não aconteceu isso.
Não é um prejulgamento. Mas quando alguém atira e mata outra pessoa, cumprem-se requisitos mínimos.
Pelo visto, não é assim na polícia. Onde a exceção vira regra.
Policiais da rádio patrulha são acusados de espancar dez jovens em uma semana no bairro de Ipioca.
A corregedoria- que é muito lenta- deve oferecer alguma resposta, quem sabe um dia.
Virou regra ao longo da história recente dos comandos da polícia o silêncio em torno de alguns desmandos isolados.
E logo que estes policiais, de exemplos ruins, são mostrados a tropa (ou parte dela) quer ganhar o apoio para eles no grito.
Daí os bons policiais acabam sendo desestimulados. E enveredam pelo espetáculo ou entram no crime.
Na Assembleia Legislativa, enquanto o secretário de Segurança, Alfredo Gaspar, discursava em defesa da atuação policial, um militar abria e fechava portas porque ali girar maçaneta para autoridade é mais importante que o combate ao crime.
É a proteção a um legislativo unindo o poder, o desmando, o achincalhe.
Quem tem razão? Os fatos.
A história mostra que um conjunto de silêncios gera meias verdades.
E estimula o crime por dentro de instituições que deveriam combatê-lo.