Um curso de mestrado em Gestão de Recursos Públicos- ministrado pelo Instituto Politécnico da Guarda de Portugal e realizado no Tribunal de Contas- promete gastar R$ 34 mil, só em diárias, durante 10 dias, para conhecer as cidades de Lisboa, Porto, Coimbra e Guarda. A justificativa oficial é que os participantes do Mestrado promovido pela Escola de Contas vão conhecer o instituto.
O curso movimenta os gabinetes dos conselheiros. As aulas começaram nesta sexta-feira (31). Noventa e seis pessoas se inscreveram, quarenta foram selecionadas pela Escola de Contas.
Só que apenas os servidores comissionados foram os escolhidos para o mestrado. Os funcionários efetivos- do quadro permanente do TC- foram excluídos. Os critérios de seleção geram insatisfação no Sindicato dos Servidores Públicos, Analistas, Técnicos e Auxiliares de Contas de Alagoas- o Sindicontas- que publicou nota nesta sexta-feira (31).
Para o sindicato, há dois problemas na seleção: não houve edital listando as normas da seleção. E a ocupação das vagas do mestrado beneficiou os comissionados do tribunal “tendo em vista a temporalidade destes”, diz a nota do sindicato (veja abaixo).
“Sabe o que salta aos olhos? É que estão indo para conhecer as instalações de quem já está prestando os serviços. Só agora, depois que começou o curso (quando deveriam ter ido antes, bem antes, caso fosse necessário) e de quebra ainda vão em Lisboa, Porto e Coimbra”, disse um servidor do TC.
“Será turismo com dinheiro público?”, pergunta o servidor.
O mestrado deverá durar dois anos.
NOTA – SINDICONTAS AL
O SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS, ANALISTAS, TÉCNICOS E AUXILIARES DE CONTAS DE ALAGOAS, vem por meio desta externar a insatisfação sobre a seleção para o Curso de Mestrado em Gestão de Recursos Públicos, ministrado pelo Instituto Politécnico da Guarda de Portugal em convênio com a Escola de Contas.
Foi constatado, apenas, no dia 29 do mês de janeiro de 2014, por este Sindicato, a relação dos servidores selecionados para o referido Curso, no que discordamos veementemente dos seguintes aspectos:
1. Inexistência de um Edital, contendo todas as normas pertinentes ao processo seletivo, e consequente falta de transparência;
2. A seleção de cargos comissionados, tendo em vista a temporalidade destes, em detrimento aos servidores efetivos.
Diante destes fatos, em respeito e solidariedade aos servidores que se sentem prejudicados, estamos movendo esforços para corrigir a atual situação.
Maceió, 31 de janeiro de 2014
Francisco Elpídio de Gouveia Bezerra
Presidente Sindicontas Al
Uma resposta
Num estado pobre como Alagoas, um crime como esse deveria ser punido com cem chibatadas em praça pública!