Esquema entre Banco Rural e Assembleia Legislativa desviou R$ 2 mi em Alagoas

Fechado na sexta-feira a pedido do Banco Central, o Banco Rural foi alvo de uma investigação da Polícia Federal em Alagoas que descobriu um esquema de empréstimos ilegais com servidores fantasmas ou laranjas para beneficiar deputados estaduais. Segundo os peritos da PF, os parlamentares desviaram quase R$ 2 milhões do banco em empréstimos pessoais, pagos com verba pública.

O Rural foi fechado porque a instituição era o núcleo financeiro do mensalão.

Em Alagoas o esquema vigorou entre 2003 e 2006. O quebra-cabeça do esquema foi montado pelo Ministério Público Estadual, com a ajuda da PF. Em dezembro do ano passado, a Justiça alagoana condenou dez deputados e ex-parlamentares, além do banco, pelo desvio de exatos R$ 1.971.911,82.

A quadrilha- segundo o MP- atuava em níveis. Quem era da Mesa Diretora tinha um limite de empréstimos de R$ 300 mil; quem era deputado sem cargos na Mesa, a metade (R$ 150 mil).

O valor do empréstimo era calculado não pelo salário, mas pela verba de gabinete. O acordo: o valor era debitado direto na conta corrente do parlamentar, sacado na boca do caixa ou descontado com cheque assinado pela Mesa Diretora- uma autorização para o desconto na conta da Casa.

“Os empréstimos foram pagos com dinheiro público, apesar de serem pessoais”, diz a sentença assinada por quatro juizes, de 14 de dezembro do ano passado.

Mas, havia uma outra face: depósitos nas contas e saques feitos por pessoas de confiança, que eram laranjas ou usuárias de nomes de fantasmas para os saques.

O ex-presidente da Assembleia, Celso Luiz (hoje prefeito da cidade sertaneja de Canapi pelo PMDB) usava fantasmas e laranjas. Desviou exatos R$ 170.520,78.

Houve quem fosse mais longe. O hoje deputado federal Arthur Lira (PP) sacou R$ 182.830,22. O também deputado federal Paulo Fernando dos Santos (PT) usou, indevidamente, R$ 286.765,29.

O atual presidente do Tribunal de Contas, Cicero Amélio, sacou R$ 357.154,17. O deputado Nelito Gomes de Barros (PSDB) usou quase meio milhão de reais em verba pública: exatos R$ 435.353,30.

O ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida, hoje no PRTB usou de forma ilegal R$ 195.572,54.

Na sentença, eles negam as acusações ou levantam a incompetência da Justiça Estadual na decisão.

Os saques eram feitos com autorização dos diretores do banco. E os deputados eram clientes mais que especiais. Os valores dos pagamentos das parcelas- muitas vezes- era muito maior que o salário do parlamentar. Segundo a sentença, tudo feito “sem controle oficial”.

Uma resposta

  1. COMENTAR O QUE, PELO AMOR DE DEUS. O BRASIL NÃO TEM ESTRUTURA SUFICIENTE PARA VIVER EM UMA DEMOCRACIA.FALTA ÉTICA NA MASSA QUE HABITA O PAÍS.COMO EXPLICAR A PRESENÇA DESSES MENDIGOS MORAIS EM NOSSAS CASAS LEGISLATIVAS? NOSSOS POLÍTICOS EM SUA MAIORIA SÃO CORRUPTOS.

.